A recente nota do presidente da Câmara de Vereadores de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo, dirigida ao prefeito Fuad Noman, que anunciou publicamente estar em tratamento contra o câncer na última quinta-feira, gerou grande controvérsia e descontentamento no meio político e na sociedade. A nota foi considerada desumana, deselegante e desrespeitosa, levantando questões sobre a sensibilidade e a ética na atuação dos representantes públicos.


Em momentos delicados como o enfrentamento de uma doença, é esperado que haja solidariedade e empatia por parte de todos, em especial daqueles que ocupam cargos de liderança e representação política. No entanto, a nota lida em plenário por Gabriel Azevedo destoou completamente desse padrão, provocando indignação e perplexidade.


Referindo-se de forma inadequada ao histórico médico de Fuad, Gabriel Azevedo alegou falsamente que o prefeito sabia de seu diagnóstico desde 2023. Mesmo que essa alegação fosse verdadeira, o que não é, seria completamente inadequado revelar a condição médica de outra pessoa de tal maneira.


Para agravar a situação, Gabriel Azevedo politizou a doença do prefeito, insinuando como suposta vantagem Fuad não precisar da saúde pública para tratar sua doença. Tal comportamento é lamentável e contrário aos valores de solidariedade que deveriam prevalecer e representa o uso da doença do prefeito como mera ferramenta eleitoral.


A conduta inadequada de representantes públicos, sobretudo em situações sensíveis como a luta contra uma enfermidade, não apenas reflete mal sobre a classe política em si, mas também mina a confiança da população nas instituições democráticas e no compromisso dos seus representantes com o bem-estar e o respeito ao próximo.


Ainda que muitos vereadores tenham se solidarizado com Fuad, a ausência de um repúdio público contundente à nota da presidência da Câmara é preocupante. Diante desse episódio lamentável é fundamental que a sociedade cobre dos vereadores e do candidato a vice-prefeito de Gabriel Azevedo, Paulo Brant, uma postura ética. É preciso exigir que se pronunciem em relação à nota polêmica, repudiando publicamente tal conduta.


Este momento deve servir como um chamado à reflexão para todos os envolvidos na política de Belo Horizonte. É hora de reafirmar e reforçar os valores fundamentais que devem nortear a atuação dos agentes políticos em uma sociedade democrática: a transparência, a empatia, a solidariedade e o respeito mútuo. Estes são pilares essenciais para a construção de uma cultura política saudável, comprometida com o interesse público, o bem comum e que realmente espelhe os valores da boa política mineira.

 

Cássio Soares

Presidente do PSD Estadual

compartilhe