Em 2025, o Brasil vai ser a sede da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, no Pará. O governo federal criou uma secretaria extraordinária para coordenar, articular, orientar e monitorar as atividades de preparação do evento. Muitos são os temas globais a serem discutidos, mas é importante que o país aproveite a oportunidade para avançar nas pautas nacionais sobre o tema.


Pela primeira vez acontecendo na Amazônia, o encontro marcará os 10 anos do Acordo de Paris, a principal convenção climática das Organizações das Nações Unidas (ONU) e que estabeleceu metas para a redução de gases causadores do aquecimento global. A expectativa é de que a floresta, peça vital na balança do equilíbrio ambiental, ocupe espaço de destaque nos debates, com propostas de preservação e também de diminuição de emissões a partir de seu território.


Os olhares do mundo estão voltados para a terra amazônica há tempos e, cada vez mais, a emergência climática exige ações de proteção. O comportamento da humanidade determina o clima, e o clima influencia a vida das pessoas. No Brasil, assim como em outros países, situações extremas têm afetado a população.


Nos últimos meses, os estados brasileiros vêm atravessando períodos prolongados de tempo seco, comprometendo a regularidade das chuvas. Em 2023, o país viveu o ano mais quente da sua história – a exemplo do planeta, segundo os dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM). E o calor segue na previsão do tempo, com chance de superar o recorde do ano passado e promovendo alterações em várias situações do cotidiano.


Além do meio ambiente, da economia e da vida em sociedade, as mudanças climáticas interferem na saúde humana. Efeitos físicos e psicológicos, com a potencialização e o surgimento de enfermidades, são apontados em estudos. Os extremos de temperatura podem agir diretamente em diversos sistemas do organismo, conforme indicam pesquisadores. Outro impacto está diretamente ligado a vetores que transmitem doenças.


Essa sensibilidade depende das vulnerabilidades individuais e coletivas, variando de acordo com idades e locais, por exemplo. Fato é que as consequências negativas no corpo são percebidas, reforçando e necessidade de medidas e a gravidade do cenário.


Um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) alerta que mais de 70% dos trabalhadores que integram a força de trabalho global estão expostos a graves riscos para a saúde em razão das mudanças climáticas. De acordo com o documento, inúmeras condições estão associadas ao aquecimento, incluindo câncer, doenças cardiovasculares, respiratórias, disfunções renais e problemas de saúde mental. Crianças, idosos e pessoas com comorbidades são os mais suscetíveis.


As estratégias ambientais precisam estar integradas ao bem-estar dos cidadãos. Elaborar e aplicar um plano global que garanta a saúde humana e do planeta são desafios a serem vencidos urgentemente. Que a construção de alternativas seja meta diária de governos, de organizações e da sociedade. Que em novembro próximo, durante a COP29, em Baku, capital do Azerbaijão, decisões importantes saiam das mesas de conversas. E que em 2025, na Amazônia, a busca por soluções para o equilíbrio ambiental apresente resultados amplos e novas saídas para a região e para o mundo.

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