A boa educação impulsiona o desenvolvimento econômico e social de um país se contar com profissionais competentes, reconhecidos e respeitados por todas as classes sociais e econômicas de uma sociedade. Cada categoria profissional tem uma participação na construção e no crescimento de uma nação. Os professores, em todos os níveis, são os responsáveis pelo repasse de informações e ensinamentos para o surgimento desses profissionais, lembrando que os atuais docentes passaram pelas mãos dos que os antecederam, propiciando-lhes meios de serem educadores e mestres sobre os mais diversos campos do saber e da ciência.


Hoje, 15 de outubro, é dia de parabenizar os 2,31 milhões de professores existentes no país. Boa parcela da categoria, porém, não vê muita razão para celebrações. Há anos, os docentes pedem condições mais adequadas de trabalho, escolas com padrão de qualidade, com acesso aos avanços tecnológicos, salas confortáveis para os discentes. Reclamam também da própria falta de valorização da categoria pelos detentores de poderes.


Os professores são indispensáveis, mas não bem remunerados, seja nas grandes cidades, seja nos municípios mais empobrecidos do país. Os pisos salariais justificam a evasão de docentes. Estão bem abaixo dos detentores dos poderes, que têm autonomia para fixar os próprios rendimentos, sem muita preocupação com o Orçamento da União ou com as políticas públicas indispensáveis ao bem-estar da sociedade.


As disparidades salariais bem explicam o esgotamento da esperança dos profissionais de ensino. Na última década encerrada em 2023, o número de professores concursados despencou na maioria das redes públicas de educação. Passou de 505 mil em 2013 – o correspondente a 68,4% do total de docentes nas redes estaduais – para 321 mil no ano passado (46,5%), segundo levantamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Boa parte das vagas deixadas pelos concursados foi preenchida por professores temporários, sem os mesmos direitos e benefícios dos efetivos. O que seria uma exceção tornou-se um padrão.


O Plano Nacional de Educação (PNE) estabeleceu metas para valorizar os professores em todas as etapas do ensino, prevendo que 90% dos professores de escolas públicas sejam efetivos – uma orientação que deveria ser cumprida até 2017. Como boa proposta, não foi cumprida. Se, por um lado, os contratados temporários são alternativa para suprir a demanda por profissionais, por outro, a solução causa impactos negativos aos estudantes.


As recentes políticas de educação têm buscado elevar a qualidade do ensino, impedir que alunos abandonem as salas de aula por meio de diferentes estímulos. Nesse sentido, é essencial que os docentes sejam merecedores de iniciativas de Estado que tornem a docência uma carreira atraente – para os professores, para os estudantes e para o país – e que traduza em qualidade de vida para todos os brasileiros. Sem professores, o país entra em rota de involução.

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