EDITORIAL

Celular nas escolas: debate prossegue

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A decisão sobre a proibição ou não de celulares nas escolas públicas e privadas no Brasil parece estar longe do fim. Pelo menos, uma decisão que sirva para todo o território nacional. Na última terça-feira (12/11), a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou, por unanimidade, projeto de lei que proíbe o uso de celulares em escolas públicas e privadas no estado. Agora, o texto segue para sanção do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). No Rio, as escolas municipais adotaram a regra desde o início letivo deste ano, com resultados positivos apontados pelo secretário de Educação do município – aumento do foco, da concentração e da interação social entre os estudantes.

Além de estudos divulgados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que alertam para uma “epidemia de distração” enfrentada pelos alunos, muitos especialistas, principalmente médicos, condenam o uso de quaisquer equipamentos eletrônicos, como celulares, relógios inteligentes, tablets e outros aparatos tecnológicos, seja dentro da sala de aula, seja nos intervalos entre as disciplinas ou ainda durante o recreio.

De acordo com pesquisa do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), de 2022, no Brasil, cerca de 80% dos alunos afirmaram que se distraem com o uso de celulares nas aulas de matemática. E a tecnologia é mais prejudicial quando seu usuário ainda é um bebê. Tanto é que a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) desaconselha o uso desses aparelhos por menores de 2 anos, com possíveis danos ao desenvolvimento cerebral da criança.

Por outro lado, há quem defenda o uso do celular na escola, principalmente durante determinadas tarefas escolares, como em aulas de matemática, por exemplo, em que sejam demandadas demonstrações de fórmulas, ou durante a elaboração de jogos ou dinâmicas, ou ainda nas aulas de artes, de física, química, entre outras. Seus defensores acusam o outro lado de simplista ou de estar cerceando o conhecimento e até mesmo os momentos de lazer dos estudantes, já tão massacrados com aulas teóricas e muitas vezes monótonas.

Fato é que um levantamento realizado pela Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados demonstrou que 86% da população brasileira é favorável a algum tipo de restrição ao uso de celular dentro das escolas, sendo que 54% são favoráveis à proibição total dos aparelhos e 32% acreditam que o uso do celular deve ser permitido somente em atividades didáticas e pedagógicas, com autorização dos professores. Os que são contra qualquer tipo de proibição somam 14%. Estes alegam que não há pesquisas maciças que batam o martelo quanto aos reais prejuízos da tecnologia no ambiente escolar.

Tramita na Câmara dos Deputados, em Brasília, um projeto de lei para limitar o uso dos celulares nas escolas, e o Ministério da Educação chegou a anunciar que iria divulgar uma proposta sobre o tema, mas ela ainda não foi apresentada. O texto aprovado pela Comissão de Educação da Câmara proíbe o uso para crianças de até 10 anos. A partir dos 11 anos, é permitido para atividades pedagógicas, o que estimula a preocupação de algumas famílias. Enquanto isso, novos estudos vêm sendo desenvolvidos, assim como os debates, que crescem na mesma proporção.

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