Gabrielle Hayashi Santos, Consultora de educação internacional  e internacionalização de carreiras

Gabrielle Hayashi Santos, Consultora de educação internacional e internacionalização de carreiras

Arquivo pessoal

A s eleições presidenciais e legislativas nos Estados Unidos são eventos observados com atenção por milhões de imigrantes que residem, estudam e trabalham no país. Os resultados dessas eleições afetam diretamente políticas migratórias e educacionais, trazendo implicações significativas para aqueles que vêm em busca de oportunidades. Cada governo eleito define novas diretrizes que podem facilitar ou dificultar o acesso a vistos, programas de assistência e até a possibilidade de permanência definitiva.


Para os estudantes e trabalhadores imigrantes, esse momento pode determinar se seu futuro nos EUA será de mais estabilidade ou de incerteza. Tradicionalmente, as administrações democratas têm uma postura mais acolhedora, enquanto as republicanas costumam enfatizar o controle migratório e a segurança das fronteiras. Esta diferença impacta, por exemplo, a obtenção de vistos de trabalho como o H-1B, essencial para muitos profissionais, enquanto para quem estuda as mudanças nas políticas migratórias podem afetar a elegibilidade para bolsas de estudo, a duração do visto estudantil e até o direito de trabalhar no país após a conclusão do curso.


Outro ponto importante é o programa Ação Diferida para Chegadas Infantis (DACA), que permite que jovens que cheguem ao país ainda crianças, sem documentos regulares, vivam e estudem sem medo de deportação. São os chamados Dreamers, que dependem da continuidade deste programa para manter suas vidas em solo americano. Enquanto governos planejam a chegada de novos imigrantes, as autoridades democratas buscam fortalecer o DACA, administrações mais restritivas ameaçam reduzi-lo ou até extingui-lo, o que traria um impacto devastador para milhares de jovens.


O acesso à educação e às oportunidades de financiamento também é fortemente influenciado pelas políticas do governo eleito. O visto F-1, destinado a estudantes, tem requisitos que podem se tornar mais rigorosos em administrações conservadoras, enquanto governos mais abertos à imigração podem flexibilizar o processo, incentivando a entrada de mais estudantes internacionais. Além disso, o Treinamento Prático Opcional (OPT), que permite aos estudantes trabalharem temporariamente em sua área de estudo, é um programa frequentemente ajustado conforme as mudanças políticas. Para estudantes das áreas STEM, o OPT pode ser prorrogado por até 36 meses, mas isso depende do governo em vigor.


Para muitos estudantes internacionais, as bolsas de estudo são obrigatórias para a continuidade de sua formação. Administradores que priorizam a educação tendem a aumentar subsídios para estudantes internacionais, enquanto governos menos específicos podem cortar esses fundos, dificultando o acesso a programas de apoio financeiro. Políticas de colaboração internacional e parcerias universitárias também são afetadas: governos mais isolacionistas controlam o financiamento para intercâmbios e colaborações acadêmicas, impedindo as oportunidades de estudo nos EUA.


Além das políticas, o ambiente social é impactado pelos discursos políticos, que podem gerar percepções sociais negativas ou positivas sobre os imigrantes. Em campanhas eleitorais, a imigração é um tema central que desperta sentimentos polarizados na sociedade, influenciando o dia a dia de quem vive no país como estrangeiro.


Para imigrantes que trabalham e estudam, as eleições americanas não representam apenas uma decisão política, mas uma questão de vida e futuro. Um governo aberto à imigração oferece oportunidades e segurança, já uma administração restritiva pode impor novos desafios. Acompanhando atentamente o cenário político, os imigrantes conseguem se preparar melhor para as mudanças e ajustar seus planos em conformidade com as diretrizes de cada nova administração.

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