Joelma Crista Sandri Bonetti
Coordenadora do curso em Serviço Social no Centro Universitário Leonardo da Vinci (Uniasselvi), de Santa Catarina
A luta pela equidade racial no Brasil é uma questão urgente e histórica. Embora a Consciência Negra celebre o orgulho, a cultura, as contribuições e a ancestralidade dos negros na sociedade, também nos convida a refletir sobre o papel de cada um no combate ao racismo. O racismo estrutural permeia nossas vidas de forma silenciosa e resistente, o que exige ações contínuas e conscientes para desconstruí-lo. Mas como podemos contribuir individualmente?
Primeiro, a educação é uma ferramenta poderosa. Informar-se sobre as raízes e a realidade do racismo, conhecendo a história da escravidão e suas consequências, amplia nossa compreensão e sensibilidade. Livros, filmes e palestras são ótimas fontes, mas o essencial é ouvir e valorizar as vozes negras, pois quem vive o racismo pode compartilhar perspectivas únicas. Esse contato com a realidade do outro nos ajuda a questionar privilégios e enfrentar nossos preconceitos.
O consumo consciente também é um ato transformador. Apoiar negócios de empreendedores negros, escolher marcas que se comprometem com a diversidade e boicotar aquelas que não combatem a discriminação são atitudes práticas. A representatividade importa, e investir em marcas inclusivas significa promover uma economia mais justa e participativa.
Outro passo importante é o apoio a aplicação das políticas inclusivas. A igualdade de oportunidades só será possível com ações afirmativas. Apoiar cotas raciais e programas de inclusão em escolas e empresas ajuda a reduzir desigualdades e oferece aos negros o espaço que sempre lhes foi negado. Defender essas políticas é reconhecer que o racismo histórico demanda soluções reparadoras, e isso só se faz com compromisso coletivo.
A promoção da diversidade deve estar presente em nossos ambientes de convivência. No trabalho, na escola, na família ou em grupos sociais, reconhecer a presença e a importância de pessoas negras e incentivá-las a ocupar espaços de liderança ajuda a derrubar barreiras invisíveis. Cada um de nós pode fazer essa diferença, promovendo debates e iniciativas sobre diversidade e combatendo práticas excludentes.
No dia a dia, combater o racismo passa também por não compactuar com piadas, comentários ou comportamentos racistas. Enfrentar atitudes preconceituosas, mesmo que de forma sutil, ajuda a transformar o ambiente. Muitas vezes, o racismo se manifesta em gestos que parecem inofensivos, mas que perpetuam estereótipos. É responsabilidade de cada um desconstruir essas práticas.
Por fim, a luta antirracista é contínua e exige comprometimento. Combater o racismo vai além de ações pontuais; é um exercício diário de empatia e responsabilidade social. Que cada um de nós aproveite a Consciência Negra como um chamado à ação, promovendo uma sociedade mais inclusiva e justa. Afinal, a mudança começa com pequenas atitudes, mas o impacto é imenso.