ARTIGO

Capacitação de professores de medicina, um desafio pedagógico

Com o avanço das tecnologias e a chegada da inteligência artificial (IA), a importância de estudar a aprendizagem do adulto se torna ainda mais evidente

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O desafio da capacitação docente é uma questão global que afeta diversas instituições de ensino ao redor do mundo. Em muitos países, a pressão para atender aos requisitos acadêmicos e o foco excessivo na titulação de mestres e doutores têm resultado em uma formação insuficiente dos professores em pedagogia, didática e aspectos humanísticos.

Este problema é amplamente reconhecido em todo o mundo, mas apenas alguns países têm tradição e cultura para abordá-lo de maneira sistemática e eficaz. A Holanda e o Canadá, por exemplo, são notáveis por sua dedicação ao estudo do ensino médico e à formação de professores de medicina. Esses países investem fortemente em programas de capacitação docente, que não só promovem a excelência pedagógica, mas também enfatizam a importância de uma abordagem humanística no ensino médico.

Na Holanda, o ensino médico é amplamente reconhecido por sua inovação e pela integração de metodologias pedagógicas avançadas. Instituições como a Universidade de Maastricht e Erasmus têm sido pioneiras na implementação de metodologias de aprendizagem ativa, que colocam o estudante no centro do processo de aprendizado.

Como a Holanda, o Canadá também é reconhecido por sua tradição de excelência no ensino médico. As universidades de Toronto, McGill e a McMaster têm programas de capacitação docente que são modelos para o mundo inteiro, o mesmo ocorrendo com a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, onde é oferecida capacitação docente de alta qualidade, mas com acesso limitado para profissionais de países em desenvolvimento, em função dos altos custos.

Nos últimos anos, percebe-se que algumas faculdades de medicina brasileiras começaram a se preocupar de maneira louvável com a formação pedagógica de seus professores, criando núcleos de desenvolvimento docente com o objetivo de oferecer suporte aos professores e capacitá-los em áreas como didática, pedagogia e aprendizagem do adulto. A criação recente de novos cursos de medicina torna-se mais um motivo para a necessidade de se formar um número maior de professores atualizados e competentes na sua função de ensinar a medicina.

Com o avanço das tecnologias e a chegada da inteligência artificial (IA), a importância de estudar a aprendizagem do adulto se torna ainda mais evidente, especialmente quando se considera a nova geração de estudantes altamente tecnológica, que passam a exigir dos docentes adaptação urgente a novas metodologias de ensino direcionadas a um futuro onde a IA será cada vez mais presente na prática médica.

No Brasil, onde o aumento de faculdades de medicina impõe novos desafios, é crucial que essa preocupação com a capacitação docente seja integrada de forma central nas políticas educacionais, garantindo que as futuras gerações de médicos estejam preparadas para enfrentar as questões complexas da prática clínica e para oferecer um cuidado de saúde que seja não apenas eficaz, mas também humanístico, compassivo e ético.

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