O livro-imagem

O livro-imagem "O balanço", da artista visual, designer gráfico e editora Beatriz

crédito: reprodução

 

O menino e o balanço


Sentado em seu balanço numa mangueira, um menino observa a passagem do tempo, o crescimento da cidade e do mundo, enquanto vai se tornando um homem. O livro-imagem “O balanço”, da artista visual, designer gráfico e editora Beatriz Mom e do artista visual Gustavo Mom, provoca uma reflexão filosófica sobre a vida com delicadeza e simplicidade.

 

A publicação tem 18 páginas e uma sobrecapa com duas peças de madeira e uma corda que formam um balanço. O lançamento da editora A Mascote, de BH, será no dia 11/3, das 17h às 19h, na Feira do Livro da UFMG, no câmpus Pampulha, Av. António Carlos, 6.637 BH.

 

 

capa do livro "O avesso da pele"

"O avesso da pele"

reprodução

 

Sempre um papo sem censura

 

Alvo do obscurantismo e da tentativa de censura em pelo menos três estados, “O avesso da pele”, lançado em 2020 e um dos grandes romances brasileiros dos últimos anos, ganha desagravo em Belo Horizonte. Na próxima quarta-feira (13/03), às 19h30, Jeferson Tenório abre a temporada 2024 do “Sempre um Papo” com o debate “O avesso da censura: o papel da literatura em ambientes conservadores”.

 

Será no Teatro José Aparecido de Oliveira (Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais – Praça da Liberdade), com entrada franca e transmissão pelo YouTube. Além disso, haverá leitura de trechos da obra que, selecionado pela Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) para professores e estudantes de escolas públicas, foi recolhido no Paraná e Goiás por “conteúdo inapropriado”.

 

“O mais curioso é que as palavras de ‘baixo calão’ e os atos sexuais do livro causam mais incômodo do que o racismo, a violência policial e a morte de pessoas negras”, lembrou Jeferson, em comentário nas redes sociais.

 

Jeferson Tenório

Jeferson Tenório

Carlos Macedo/Divulgação

 

A voz de Jeferson

 

“A preocupação em não racializar meus personagens de imediato parte justamente do desejo de contar uma história que não se constitui apenas pelo discurso racial, mas por uma busca subjetiva do narrador, pois é o avesso de Henrique que frustra o sistema racista, não a cor de sua pele. A reivindicação aqui está para além de uma denúncia de um estado racista. ‘O avesso da pele’ é, antes de tudo, uma reivindicação do afeto. Uma reivindicação de uma vida interrompida pela máquina policial. Nesse sentido e levando em consideração o racismo estrutural que se organizou no Brasil, creio que todas as relações acabam, de algum modo, sendo marcadas pelo racismo. ‘O avesso da pele’ talvez seja, nesse sentido, a representação de um Brasil que não resolveu a questão racial e que talvez esteja longe disso.”

 

Jeferson Tenório, em entrevista a Márcia Maria Cruz, no Pensar, em agosto de 2020, à época do lançamento de “O avesso da pele”