BH é cenário do novo livro de Hugo Almeida


“Vale das ameixas” (Sinete), livro de Hugo Almeida, será lançado neste sábado (17/8), das 10h às 12h, no Ah! Bon Café (Diamond Mall, Avenida Olegário Maciel, 1.600, Santo Agostinho). Belo Horizonte é cenário do romance protagonizado pelo polonês Harley Tymozwski, radicado na cidade desde os anos 1960, sua empregada, dona Benedita, e o cão Bóris. Já idoso, Harley escreve suas memórias, relembrando o terror imposto pela Segunda Guerra a seu país, a mudança para o Brasil e as transformações de BH nas décadas de 1960 e 1970.

 

A saga de Harley remete a “A rainha dos cárceres da Grécia”, livro de Osman Lins (1924-1978). Jornalista mineiro radicado em São Paulo, Hugo Almeida defendeu tese sobre a obra de Osman em seu doutorado em literatura brasileira na USP. O mineiro é autor de “Mil corações solitários”, com o qual ganhou o Prêmio Bienal Nestlé de 1988. Publicou 15 títulos e estreou na carreira literária com o volume de contos “Globo da morte” (1975).

 

“Quem quiser saber o que é um escritor de texto e não de contexto; de linguagem e não de bandeiras e militâncias, tem que ler 'Vale das ameixas'. Uma obra no melhor e mais profundo sentido”, afirma o escritor Ronaldo Cagiano, vencedor do Prêmio Jabuti em 2016 com “Eles não moram mais aqui”.

 

Capa do livro "Vale das ameixas"

Reprodução


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TRECHO
De “Vale das ameixas”, de Hugo Almeida

 

“Já no tempo de alfaiate, Zacarias, o velho Harley parecia entender a semelhança dessa profissão com a do escritor. Ambos enfrentam a mesma faina, a mesma feliz agonia de trabalhar com fios leves, da memória ou fantasia, e acertar a proporção dos cortes, o ajuste nas dobras e curvas, não exceder nas medidas. Para isso existe a tesoura, existe o ponto.

 

Às vezes as mãos tremem, do escritor, do alfaiate. Texto e terno têm o talhe tênue, o tenso termo. Não adianta ter pressa nem usar tecido mais barato, cai mal no corpo, amassa fácil, fácil e desfia logo. É jogar dinheiro fora. Melhor uma casimira inglesa, coisa garantida.

 

De nada serve agulha perita, se a linha for ordinária. Da mesma forma, só vale a pena escrever histórias bem amarradas – como se diz, rede firme (nunca um laço lasso), para resistir ao tempo. O texto que se quer literário, li não me lembro mais em que autor, deve guardar segredos e ser igual a u’a máquina bem azeitada, que funciona sem ruídos, nunca engrenagem seca, enferrujada, rangendo, ferro com ferro, como se vê tanto por aí, em livros de gente nova e até de autor consagrado (que falta faz um amigo para ler os originais com rigor).

 

Sem esmero, exibe-se o banal. As palavras têm sexo, se atraem. O casamento dela é o que Machado chamava de estilo. Texto é textura, leveza, fluidez. Trabalho de formiga, aranha e abelha. E precisa ter calor, inquietação, dor. O resto é fast-food.”

 

 

Simas e samba na Savassi

 

O professor e historiador carioca Luiz Antônio Simas lança neste sábado o livro “Maldito invento dum baronete: Uma breve história do jogo do bicho” na Livraria Jenipapo, na Savassi, a partir das 11h.

 

Simas apresenta a origem da jogatina em um zoológico do Rio de Janeiro, relatando os interesses que a elite e os políticos tinham na prática e como, ao cair no gosto da grande massa, passou a ser malvisto e reprimido pelas forças oficiais. Simas é conhecido por estudos e livros que tratam da história e da cultura popular, tendo obras que tratam do carnaval, umbanda e outros temas.

 

O lançamento, com direito a roda de samba, faz parte da programação do aniversário de dois anos da Jenipapo, que fica na Rua Fernandes Tourinho, 241.

 

 

Mineira Marcela Dantés

Rafael Motta/Divulgação

 

 

Dantés em Paraty

A mineira Marcela Dantés foi confirmada na programação oficial da Flip, a Festa Literária Internacional de Paraty, que será realizada de 9 a 13 de outubro na cidade do litoral do Rio de Janeiro.

 

Autora dos romances “Nem sinal de asas” e “João Maria Matilde” (que acaba de ganhar reimpressão da Autêntica Contemporânea), finalistas do Prêmio São Paulo de Literatura, Dantés levará a Paraty o seu “Vento vazio”, estreia da autora na Companhia das Letras.

 

Lançamentos

 

Capa do livro "Três poetas moderníssimas"

Reprodução

 

“Três poetas moderníssimas”
• Marina Loy, Hope Mirrlees e Nancy Cunard
• Tradução de Álvaro A. Antunes
• Editora 34
• 359 páginas
• R$ 95,00

 

Chega às livrarias brasileiras a edição bilíngue de "Três poetas moderníssimas", obra que reúne poemas de Mina Loy, Hope Mirrlees e Nancy Cunard. Com organização, tradução, ensaios e notas de Álvaro Antunes, o livro faz parte da Coleção Poesia e destaca-se por apresentar, pela primeira vez em português, uma seleção de textos que marcaram o modernismo literário europeu.

 

As autoras Mina Loy, Hope Mirrlees e Nancy Cunard foram figuras de destaque na cena literária do início do século 20. Seus trabalhos exploraram novas formas poéticas e abordaram temas que desafiaram as convenções da época, incluindo questões de gênero, liberdade sexual e críticas sociais.

 

Capa do livro "O prazer censurado: clitóris e pensamento"

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“O prazer censurado: clitóris e pensamento”
• Catherine Malabou
• Tradução de Célia Euvaldo
• Ubu Editora
• 128 páginas
• R$ 59,90

 

O livro da filósofa francesa Catherine Malabou oferece uma análise instigante sobre a interseção entre sexualidade e filosofia, utilizando o clitóris como ponto central de reflexão. Com tradução de Célia Euvaldo, a obra explora como a filosofia, historicamente marcada por uma perspectiva masculina, pode ser transformada ao incorporar experiências corporais e sexuais femininas.

 

A autora busca romper com tradições filosóficas que desconsideram o corpo e suas manifestações, trazendo à tona a importância do clitóris como um símbolo de resistência e conhecimento.

 

 

Capa do livro "Fazendo o céu falar: sobre teopoesia"

Reprodução

 


“Fazendo o céu falar: sobre teopoesia”
• Peter Sloterdijk
• Tradução de Nélio Schneider
• Estação Liberdade
• 352 páginas
• 96,00

 

O filósofo alemão Peter Sloterdijk apresenta em seu livro uma reflexão inovadora sobre a conexão entre poesia e espiritualidade. A obra, traduzida por Nélio Schneider, examina como a poesia pode ser um veículo para expressar e moldar experiências transcendentais. O autor propõe o conceito de teopoesia, sugerindo que a poesia não apenas reflete, mas também contribui para a experiência religiosa.

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