português Valter Hugo Mãe -  (crédito: arquivo)

português Valter Hugo Mãe

crédito: arquivo

“Literatura, amor e ancestralidade” é o tema da quarta edição do Festival Literário Internacional de Itabira (Flitabira), entrequarta-feira (30/10) e domingo (3/11), na Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade, na cidade do poeta. Entre os convidados, o português Valter Hugo Mãe, que conversará com os itabiranos a respeito de seu novo livro, “Deus na escuridão” (Biblioteca Azul), em mesa com Itamar Vieira Junior e Bianca Santana, com a mediação de Tom Farias.


Dois dias antes, na segunda-feira, Valter Hugo Mãe estará em Belo Horizonte para participar do “Sempre um papo” com a jornalista e escritora Leila Ferreira, no auditório da Cemig (Av. Barbacena, 1.200 , Santo. Agostinho), às 19h30. Antes dos dois encontros com os mineiros, o autor de “A máquina de fazer espanhóis”, “As mais belas coisas do mundo” e “O filho de mil homens” (que chegará aos cinemas em filme dirigido por Daniel Rezende e estrelado por Rodrigo Santoro) conversou com o Pensar.

 


Podemos dizer que “Deus na escuridão” é um livro sobre fraternidade?


Sim. Ele inteiro é sobre o amor fraterno, que cobiça o amor das mães, que, por sua vez, educa o amor de Deus. Para mim, amar é ao tamanho das mães e todos, abaixo e acima das mães, aprendemos por elas o que é amar.


O que significa para você falar sobre os seus livros na terra de Drummond? Como a poesia de Drummond o impacta?


Ir à terra de Drummond é uma responsabilidade feita também de maravilha. Drummond é um poeta de subtilezas e frontalidades. É um poeta que denuncia tudo, cada coisa fica como nua em seus versos. Admiro demasiado. É um grande gênio brasileiro e do mundo, sempre admirei sua clareza. Adoraria ser tão claro assim. Mas temo ser mais truculento. Menos limpo.


“O filho de mil homens” chegará aos cinemas em filme dirigido por Daniel Rezende, com Rodrigo Santoro. O que espera da visão do diretor brasileiro para o seu livro?


Eu procuro distanciar-me do processo. Não quero criar ansiedade e sei que essa será a obra de Daniel, não será exatamente a minha. Então, eu sei que vou adorar. Estou feliz que o diretor seja o Daniel e que o elenco seja esse grupo lindo de gente. Estou muito feliz e honrado. Não aguento esperar por ver o resultado. Faço votos para que fique logo pronto e disponível.

 

 

Capa do livro  "Deus na escuridão"

Capa do livro "Deus na escuridão"

reprodução


Trecho
(De “Deus na escuridão”)

 

“Os irmãos, haviam-me explicado, são uma companhia para sempre, para depois da morte de todos os mais velhos. Quando eu houver de ser velho também, quando tudo se houver de tornar desconhecido, meu irmão perdurará. Por meu sangue e por afecto. Perduraremos e saberemos lembrar e honrar as mesmas pessoas e as mesmas coisas. E teremos a glória de haver superado o que nos quis abater. Carregaremos a dignidade de nossa família, seremos tudo quanto houver de nossos pais e diremos cada palavra como corais, esse colectivo de gente que conterá sempre Mariinha e Julinho dos Pardieiros. Para onde formos, seremos muitos. Orgulhosos e muitos. Nossa boca dirá por todos.”

 

capa do livro "Idioma próprio"

capa do livro "Idioma próprio"

reprodução

 

Poesia na Scriptum

“Objetos particulares”

 

meus objetos são todos particulares
não seriam meus se não os fossem
se fossem de outro seria eu outro
porque sem meus objetos particulares
todos os meus objetos são particulares
mas nenhum deles me é íntimo
a não ser o canivete,
que me conhece a carne

 

Poema do livro “Idioma próprio”, de Diogo da Costa Rufatto, que será lançado neste sábado, das 11h30 às 14h30, na Scriptum (R. Fernandes Tourinho, 99, Savassi, BH)


Jabuti e os mineiros

Os mineiros Ana Elisa Ribeiro

(“Causas não naturais”, contos), Ana Martins Marques (“De uma a outra ilha”, poesia), Felipe Nunes (“Biografia do abismo”, biografia e reportagem), Jacques Fux (“Nunca vou te perdoar por ter me obrigado a te esquecer”, romance), Márcia Maria Cruz, Vinicius Luiz e Gabriel Araújo (“Vidas Inteiras – histórias dos dez anos da Lei de Cotas”, educação) estão entre os dez semifinalistas das 22 categorias do Jabuti, o mais tradicional prêmio literário brasileiro. No dia 5 de novembro, serão divulgados os cinco finalistas em cada categoria. O prêmio será entregue no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, no dia 19 de novembro.