O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar a reforma tributária que será votada nesta quarta-feira (8/11) no Senado. O antigo mandatário afirma que a reforma foi proposta “por aquele que tem orgulho de ser chamado de comunista”, e acusou senadores de “vestir o verde/amarelo” nas eleições e o vermelho durante o mandato.
A reforma vai extinguir cinco tributos - ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins - e cria um sistema de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) duplo com três tributos: Imposto sobre Bens e Serviços (IBS, federal), Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS, válido para estados e municípios) e o Imposto Seletivo (IS), que incide sobre bens e serviços considerados prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.
No entanto, o ex-presidente afirma que o IVA será o mais caro do mundo e vai prejudicar a maioria dos estados. “Alguns senadores, que se elegeram ou reelegeram, dizem que tiveram algumas de suas emendas acolhidas, e votarão com os comunistas, pois alegam que seu estado não será afetado ou será menos prejudicado”, disse.
Bolsonaro ainda pontuou que como o Partido dos Trabalhadores (PT) é favorável à reforma, logo ela não seria boa. “O PT está ao lado da liberação das drogas, do aborto, do novo marco temporal, do fim da propriedade privada, da censura, não considera o Hamas terrorista, está ao lado de ditadores, contra o agronegócio, contra o legítimo direito à defesa, a favor da ideologia de gênero, ou seja, ao lado de tudo aquilo que repudiamos”, disse.
Desde que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) tramitava na Câmara dos Deputados o ex-presidente faz campanha contra a matéria. No dia da votação em plenário, por exemplo, ele se reuniu com a bancada do Partido Liberal (PL) e com o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos). Alguns correligionários e aliados de outros partidos votaram a favor da reforma tributária.
“De nada vale vestir o verde/amarelo por ocasião das eleições e o vermelho durante o mandato, o nosso futuro será o da Venezuela, Argentina. (...) Deus salve o nosso Brasil”, frisou Bolsonaro.