O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta quinta-feira (16/11), que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), “dá suas escorregadas”. A relação entre os dois vem azedando ao longo deste último ano.
Ao ser questionado, em entrevista à Rádio Gaúcha, sobre o futuro da direita e a possibilidade de Tarcísio concorrer à Presidência, Bolsonaro criticou o governador. “Eu não mando no Tarcísio. Ele é um baita de um gestor, politicamente dá suas escorregadas. Eu jamais faria certas coisas que ele faz com a esquerda, mas um governador depende do governo federal. Eu me sinto responsável por ele”.
Ainda que tenha ponderado, rejeitou a possibilidade de qualquer diálogo com a esquerda, afirmando que “não precisa conversar com eles” e que “eles precisam trabalhar”. O ex-chefe do Executivo revelou que não é descartada uma candidatura da ex-primeira-dama Michelle ao Senado pelo PL e avaliou que a esposa “está se comportando bastante bem na questão política”.
Para ele, “é possível” que ele entre na corrida presidencial de 2026. “Tem gente boa pelo Brasil. E gostaria de concorrer, até pelo legado que nós deixamos. O povo tem saudade da gente e agora, com 10 meses desse cidadão à frente do governo aqui em Brasília, dá para entender para onde estamos indo”.
Bolsonaro evitou citar quem poderia ser a alternativa para concorrer em 2026 pelo PL e não deixou de criticar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelas duas condenações que o tornaram inelegível por oito anos, avaliando as como “absurdas” e “um crime”.
“Foi um julgamento absurdo! Não tinha corrupção no meu governo! Pelo amor de Deus! Tá na cara que o julgamento do TSE é ilegítimo! Foi um crime que fizeram contra mim! [...] Desde o início, o TSE trabalhou contra mim”, reclamou ele.
Bolsonaro foi condenado pelo TSE em junho, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião realizada no Palácio da Alvorada com embaixadores estrangeiros em julho do ano passado; e, em outubro, junto ao vice da chapa, Walter Braga Netto, por abuso de poder político e econômico nas comemorações do Bicentenário da Independência, no 7 de setembro do ano passado em Brasília e no Rio de Janeiro. A penalidade não é cumulativa e o prazo de inelegibilidade permanece o mesmo, contado a partir das eleições de 2022.
Ele nega que o Bicentenário da Independência tenha sido usado como um evento político e justifica que “não tem culpa que o 7 de setembro antecede o primeiro turno das eleições”. “Ocupei o carro de som e falei com a população. Não tem nada casado, nada junto. Isso é mentira!”, defendeu-se.
O presidente do TSE, o ministro Alexandre de Moraes, foi outro que não escapou das reclamações e, segundo o ex-presidente, o magistrado é “mentiroso”, “parcial” e “defendeu o PT o tempo todo pela ocasião das eleições”.