O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), se encontrou com o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), na manhã desta segunda-feira (20/11), no Palácio do Planalto. O chefe do Executivo mineiro foi até Brasília tentar uma agenda com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para discutir a dívida de quase R$ 160 bilhões do Estado com a União, mas não conseguiu o encontro.
Zema foi acompanhado do vice-governador Matheus Simões (Novo) na incursão até Brasília, após pressão de lideranças políticas mineiras que têm assumido o protagonismo diante da discussão da dívida. Porém, o encontro entre o governador e o presidente da República deve ocorrer apenas depois de uma nova reunião entre Lula e o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O governador ainda participou como espectador do evento de lançamento do segundo Pacote pela Igualdade Racial. A reunião com Rui Costa se deu em portas fechadas e Zema não falou com a imprensa antes de retornar para Minas Gerais.
No meio tempo, a Assembleia Legislativa (ALMG) cancelou as atividades desta segunda após a morte do ex-governador Alberto Pinto Coelho. Na agenda do Legislativo estava o projeto de Lei Complementar que trata sobre um teto de gastos no Estado, proposta desmembrada do plano de Recuperação Fiscal proposto pelo governador.
Zema tenta retomar a articulação com o governo federal, no momento em que outras lideranças querem assumir a discussão sobre a dívida mineira. A avaliação de Pacheco e outros políticos, como o presidente da Assembleia, Tadeu Martins Leite (MDB), é de que o pacote econômico proposto pelo Palácio Tiradentes não vai resolver o débito e apenas prejudica o funcionalismo público e o patrimônio mineiro.
Pacheco deve formalizar uma proposta a Lula para renegociar a dívida do Estado. O senador quer federalizar estatais como a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) e a Companhia Energético de Minas Gerais (Cemig), além do repasse de créditos que o Estado tenha.
Enquanto isso, o RRF continua tramitando na ALMG. O projeto de Lei 1202/2019 deve começar a ser apreciado nesta semana na comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, se aprovado segue para votação em primeiro turno no plenário. O pacote tem até o dia 20 de dezembro para ser sancionado, caso contrário, o Estado precisa pagar R$ 18 bilhões à vista já em 2024.