FOLHAPRESS - A guinada do presidente eleito da Argentina, Javier Milei, que passou a ter posições moderadas depois de vencer o pleito no país, fez com que uma pulga se alojasse atrás da orelha de lideranças de direita no Brasil.
Um dos principais interlocutores do bolsonarismo com Milei, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) diz, no entanto, que a presença dele e de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, na posse, marcada para o dia 10 de dezembro, está mantida até agora.
Convidados pelo futuro presidente, eles devem viajar a Buenos Aires com três governadores e dezenas de parlamentares.
O fato de Milei ter enviado uma carta convidando Lula para a mesma cerimônia, depois de chamá-lo de corrupto na campanha, não alterou os planos do grupo até o momento.
"Nós entendemos que existe uma diferença entre ser deputado, como era o Milei, e ser agora presidente da República de seu país", diz Eduardo Bolsonaro.
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Assim como Milei, o ex-presidente Bolsonaro também integrava o parlamento antes de decidir concorrer à Presidência da República no Brasil.
No governo, ele precisou ampliar o diálogo e criar condições de governabilidade, negociando com forças políticas que criticava anteriormente.
"Mas acreditamos que Milei se mantém seguro de suas convicções e princípios", afirma o parlamentar.
Além da carta a Lula, outra atitude que causou estranhamento entre parlamentares de direita que até então admiravam incondicionalmente o argentino foi o encontro dele com o ex-presidente dos EUA Bill Clinton nesta semana em Nova York.
Clinton é do mesmo partido do atual presidente norte-americano, Joe Biden, e o encontro foi visto como uma tentativa de aproximação da Casa Branca.
Em tese, Milei se alinha ao também ex-presidente dos EUA Donald Trump, que é adversário de Biden e tenta ser candidato contra ele à Presidência em 2024.