O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), detalhou, em sua delação premiada, o funcionamento do 'gabinete do ódio' do governo Bolsonaro, que tinha o objetivo de espalhar notícias falsas contra desafetos do ex-chefe do Executivo. Na delação, Mauro Cid contou o papel de cada ex-assessor de Jair Bolsonaro que atuava diretamente ou indiretamente na estratégia de disseminação de informações falsas e ataques a oposição do ex-presidente, como ministros do Supremo Tribunal Federal. As informações são da jornalista Bela Megale, do jornal O Globo.



"Gabinete do ódio" é nome do grupo formado por assessores e bolsonaristas que usavam as redes sociais para atacar adversários do ex-presidente. De acordo com investigadores envolvidos no caso, a Polícia Federal exigiu que Cid delatasse a operação das milícias digitais e do gabinete para fechar o acordo de delação premiada, homologada em setembro deste ano pelo ministro Alexandre de Moaraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Na delação, Cid também detalhou o que sabe sobre os apoiadores do ex-presidente que se organizavam nas redes sociais como milícias digitais. A colaboração de Mauro Cid foi fechada no âmbito do inquérito das milícias digitais, que corre na Suprema Corte desde julho de 2021 e abarca uma série de investigações, desde o disparo em massa de fake news, os ataques do 8 de janeiro até o esquema de fraude no cartão de vacina do ex-presidente Bolsonaro - este último, o motivo pelo qual Mauro Cid foi preso, no dia 3 de maio, em uma operação da Polícia Federal. Cid também falou sobre os integrantes que estimulavam o uso do gabinete de ódio e quais eram os que tentavam "amenizar" a tensão de Bolsonaro e o Judiciário. 

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