A Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) divulgou nota nesta segunda-feira (6/11) pedindo a anulação de três questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), argumentando serem “mal formuladas, de comprovação ideológica e que permitem mais de uma resposta”. A bancada afirma que as questões não possuem critério “científico ou acadêmico”.
O grupo também afirma que vai apresentar requerimentos de convocação do Ministro da Educação, Camilo Santana, para audiências na Câmara dos Deputados e no Senado, além de pedir informações ao MEC sobre a banca organizadora do exame e as referências bibliográficas usadas. Já o ministério afirma que as questões são formuladas por professores independentes e que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) não interfere nas ações dos colaboradores.
As questões que suscitaram a nota são, em referência à prova branca, a questão 70 (71 na azul; 57 na amarela; e 81 na rosa), a 71 (72 na azul; 58 na amarela; e 82 na rosa), e a 89 (48 na azul; 81 na amarela; e 57 na rosa).
A última questão, por exemplo, trata de fatores negativos do agronegócio no Cerrado e menciona uma “superexploração dos trabalhadores” e o uso intenso de agrotóxicos, denominando a prática de “chuvas de veneno”. A questão 71 trata sobre a corrida espacial promovida por empresários bilionários, enquanto a 70 relaciona o cultivo de soja e o desmatamento nas regiões da Amazônia.
Pelas redes sociais, parlamentares bolsonaristas manifestaram descontentamento sobre o Enem. O presidente do Partido Liberal (PL) em Minas Gerais, o deputado federal Domingos Sávio, disse que a questão 89 é um “desrespeito ao setor que mais emprega e gera renda no Brasil”. “O governo Lula ataca o agronegócio de maneira covarde. O governo é contra o sustento de milhares de famílias”, pontua.
A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) afirma que a “utilização ideológica do Enem” é uma vergonha. “Questão do Enem critica o agro no cerrado, ignorando que as terras do cerrado eram inservíveis e nada valiam antes da revolução conduzida pelo ministro Alysson Paolinelli e pela EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) com Eliseu Alves, e hoje o cerrado é rico, fértil e próspero”, frisou.