O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou a empresários que o governo vai garantir a estabilidade fiscal para investimentos no Brasil. A declaração foi dada durante um fórum realizado com investidores, nesta terça-feira (7/11), no Palácio do Itamaraty, dias após o presidente relativizar a meta de zerar o déficit.

"Vamos garantir estabilidade política, estabilidade social, estabilidade jurídica. Nós vamos garantir para vocês estabilidade fiscal e nós queremos garantir para vocês a possibilidade de vocês colocarem a inteligência empresarial de vocês para que esse país cresça cada vez mais", disse o petista.



Lula também expressou o desejo de alcançar US$ 1 trilhão em comércio exterior e ainda afirmou que “não é necessário diminuir o estado para valorizar a iniciativa privada”. "Que a gente possa chegar, em vez de US$ 600 e poucos bilhões de comércio exterior, por que a gente não estabelece meta de chegar a US$ 1 trilhão de comércio exterior e vamos buscar?", indagou.

A meta de zerar o déficit fiscal em 2024 foi defendida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante todo o ano, mas foi colocada em xeque por Lula nos últimos dias. O mandatário já defendeu que a meta seja revista e afirma que não haverá corte de gastos em obras para que a ela seja alcançada. Segundo o presidente, “dinheiro bom é dinheiro transformado em obra”.

As falas têm gerado incômodo no mercado financeiro. Para arrefecer os ânimos dos investidores, membros do primeiro escalão lembram que os gastos públicos são limitados pelo arcabouço fiscal, por tanto, não seria possível aumentar os investimentos além do que a regra permite.

 

Congresso Nacional

As falas do presidente também repercutiram no Legislativo. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmam que o governo federal precisa perseguir a meta de déficit zero e encarar as travas do arcabouço fiscal, caso não atinja os objetivos.

“Se estabeleceu uma meta de redução do déficit, de déficit zero no Brasil. Essa meta deve ser continuamente perseguida e buscada. Se lá na frente ela não conseguir ser alcançada, é uma outra coisa. Mas nós não podemos deixar de ter a tônica do encaminhamento, do combate ao déficit público, e do crescimento do Brasil, e do crescimento de receitas que sejam sustentáveis”, disse Pacheco.

compartilhe