A vereadora Gilvan Masferrer (Democracia Cristã), de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, foi alvo de uma operação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) que apura a existência de um ‘esquema de rachadinha’ envolvendo antigos assessores da legisladora. Ela negou o crime de peculato e disse que é alvo de perseguição.

 





Durante toda a manhã desta terça-feira (7/11), o gabinete da vereadora teve trânsito restrito. De lá, foram apreendidos computadores e documentos. A promotoria apura denúncias de que Gilvan Masferrer recebia de volta parte dos salários de assessores com os maiores vencimentos. Por isso, a operação foi batizada de “Desvio de Rota”, em alusão ao destino ilegal dos pagamentos.



Depois de acompanhar o cumprimento de mandados no gabinete, Masferrer esteve em plenário, onde acontecia normalmente a segunda sessão ordinária do mês de novembro na Câmara. Ela conversou com assessores e outros vereadores antes de conceder entrevista.



“Entreguei meu celular e minha conta bancária, todos podem ver. Eu, como mulher trans, sou perseguida diariamente, mas estou tranquila. Estou sendo perseguida aqui na Câmara Municipal e pelo Ministério Público”, disse Gilvan. “Eu também vou entrar (com um processo na Justiça) por danos morais contra o Ministério Público, porque não vou aceitar ninguém me expor ao ridículo.”



A vereadora afirmou ainda que não foi informada sobre o motivo da investigação e que o crime de peculato não foi citado no cumprimento de busca e apreensão.



O MP levou em consideração denúncias de ex-assessores para a apuração de suposto esquema de rachadinha envolvendo Masferrer. Em nota, a promotoria disse que as investigações seguem em sigilo.



A presidência da Câmara de Uberlândia soube da operação apenas no momento da chegada de policiais e agentes do MPMG na manhã de terça. “Não fomos informados de nada desde cedo. A procuradoria acompanhou desde o início, dando total transparência ao promotor”, disse o presidente da Casa, Zezinho Mendonça (PP).

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