Vinte e nove mil pessoas já foram até os locais de votação para escolher os novos conselheiros tutelares de Belo Horizonte. As 378 seções estarão abertas até as 17h deste domingo (3/12). Cada eleitor deve escolher apenas um candidato de sua regional. O pleito é feito por cédulas de papel que são depositadas em urnas físicas cedidas pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais.
Esta é a segunda vez que a eleição acontece. A primeira, em outubro, foi anulada pela prefeitura da capital (PBH), devido a uma inconsistência entre eleitores cadastrados e votos computados.
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Até o início da tarde, de acordo com o Executivo municipal, o processo corria sem problemas e com poucas filas. Situação contrária da encontrada há três meses, quando eleitores reclamaram do longo tempo de espera.
Lúcia Moreira de Aguiar compareceu aos dois dias de votação. Ela afirma que, desta vez, a organização está muito melhor, quando comparada a outubro. Na ocasião, a professora aposentada teria ficado três horas na fila para conseguir votar.
“A diferença é gritante. Na primeira, que foi anulada, fiquei três horas aqui. Um calor danado, uma fila imensa, uma confusão... E depois foi anulada. Hoje, quando cheguei aqui, pensei que, se estivesse com uma fila imensa, iria desistir, mas está tranquilo”, relata.
A previsão é que hoje sejam eleitos 45 conselheiros/as tutelares titulares, que atuarão nas regionais administrativas, e outros nove conselheiros suplentes, no Plantão Centralizado. Somente as pessoas residentes em Belo Horizonte poderão se inscrever para votar. A lista de candidatos, por regional, e os locais de votação podem ser conferidos no site da Prefeitura de Belo Horizonte.
No ato da inscrição, é obrigatório apresentar o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), um documento original com foto (físico ou eletrônico) que comprove a identificação civil e a filiação e no qual conste a assinatura: Carteira de Identidade, Carteira Nacional de Habilitação, Carteira Profissional ou Passaporte e um dos comprovantes de residência com até seis meses de emissão.
Histórico de problemas
Na última eleição para conselheiros tutelares, realizada no dia 1º de outubro, o clima nos locais de votação de polarização política foi o mesmo vivido na cidade e em todo o país. A situação foi agravada por falhas no sistema de votação fornecido pela Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte (Prodabel). Na ocasião, o programa eletrônico ficou fora do ar provocando problemas em todas as nove regionais.
Após recomendação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a Prefeitura de Belo Horizonte decidiu, ainda durante o domingo da eleição, que o pleito teria duração estendida por uma hora e meia e a votação seria finalizada em células de papel. Apesar disso, oito dias depois o Executivo municipal decidiu anular a eleição alegando uma inconsistência entre eleitores cadastrados e votos computados.
Na época, um dos pontos mais criticados no processo eleitoral foi a não adoção do sistema da Justiça Eleitoral e a opção por um programa próprio desenvolvido pela Prodabel. A prefeitura alegou que a legislação da cidade determina que os eleitores se cadastrem nos pontos de votação no dia do pleito, o que impede a utilização de urnas eletrônicas. Isso porque os equipamentos do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) exigem um cadastramento prévio para a atualização da base de dados do sistema, que é carregado antes da eleição e fica desconectado de qualquer sistema online.
Neste domingo, a votação está sendo feita no papel. Cada eleitor deverá votar em apenas um candidato de sua regional, assinalando o espaço marcado com o nome na cédula. Os votos serão depositados em urnas físicas cedidas pelo TRE-MG.