Os lucros obtidos com recursos offshore serão tributados em 15% sobre os ganhos, uma vez por ano, independentemente de o indivíduo resgatar ou não esses investimentos e trazê-los ao Brasil -  (crédito: AGÊNCIA BRASIL/REPRODUÇÃO)

Os lucros obtidos com recursos offshore serão tributados em 15% sobre os ganhos, uma vez por ano, independentemente de o indivíduo resgatar ou não esses investimentos e trazê-los ao Brasil

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) disse nesta sexta-feira (8) a uma plateia de militantes e pré-candidatos a vereador e a prefeito em 2024 que é preciso conversar com evangélicos e parar com "briguinhas internas" no partido.

 


O segmento dos evangélicos votou majoritariamente em Jair Bolsonaro (PL) no ano passado, que contou com o apoio de algumas das maiores igrejas pentecostais.

 

"Como é que a gente vai chegar nos evangélicos, companheira Benedita? Se fosse fácil, colocava você que é a mais linda evangélica desse país para resolver os problemas, mas não é você. Não é individualmente um problema de uma pessoa. É a narrativa que temos que aprender para conversar com essa gente", disse o presidente.

 

"Que é gente trabalhadora, gente de bem, gente que muitas vezes agradece a igreja de ter tirado o marido da cachaça para cuidar da família", continuou.

 

De acordo com o Datafolha divulgado na quinta-feira (7), o petista ainda não teve sucesso em ganhar o coração evangélico, grupo de 28% do eleitorado muito influente politicamente, geralmente associado ao bolsonarismo. Nele, sua reprovação é de 38%, ante 28% registrados entre católicos (52% da população ouvida).

 

A declaração foi dada durante a abertura da conferência eleitoral do PT, em Brasília. O encontro teve participação de ministros de governo, governadores, da primeira-dama Janja e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Na plateia, militantes e filiados.

 

Em outro momento de sua fala, o presidente criticou atritos internos no partido e que é preciso escolher os melhores candidatos.

 

"É preciso que a gente tenha coragem de escolher o melhor, não pode ser as briguinhas internas do PT. A gente tem que escolher o melhor. Que vai melhor defender o partido, o que vai melhor defender as coisas do governo, aquele que vai melhor apresentar proposta para a sociedade", afirmou.

 

O chefe do Executivo disse ainda que promete ser o melhor cabo eleitoral possível com o governo federal e que ministros vão se empenhar nas campanhas, fora do horário de trabalho.

 

Lula atacou ainda, em vários momentos de seu discurso, Bolsonaro, e disse ainda apostar na polarização na disputa do ano que vem.

 

"Eu sinceramente acho que essa eleição vai ser outra vez Lula e Bolsonaro disputando essas eleições no municípios. E vocês sabem que não pode aceitar provocação, ficar com medo, ficar com vergonha, enfiar rabo entre as pernas", disse.

 

"A gente vai ter que mostrar que queremos exercitar democracia com eleições mais competitiva o possível, mas a gente não vai ter medo de ninguém", completou.

 

A leitura foi compartilhada pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que disse ser preciso ainda derrotar o bolsonarismo nas urnas, em discurso antes do Lula.

 

O chefe do Executivo fez um gesto ainda a Gleisi, que está sendo cotada para ministérios em uma eventual reforma ministerial mais adiante. Seu nome chegou a circular nesta semana como possível sucessora de Flávio Dino (PSB) no Ministério da Justiça, mas ela afastou essa possibilidade.

 

Para Lula, como mostrou a Folha de S.Paulo, é importante que ela fique no comando do partido neste ano de eleições municipais.

 

"Graças a Deus, você é a presidenta nacional dos Partidos dos Trabalhadores que fez a gente enfrentar os anos difíceis", afirmou.

 

Na reta final de seu primeiro ano de mandato, Lula manteve sua avaliação estável, segundo a última pesquisa Datafolha. O petista fecha 2023 com 38% de aprovação dos brasileiros, enquanto 30% consideram seu trabalho regular, e o mesmo número, ruim ou péssimo.

 

Apesar de algumas iniciativas de aproximação, o petista não teve sucesso em ganhar o coração evangélico, grupo de 28% do eleitorado muito influente politicamente, geralmente associado ao bolsonarismo. Nele, sua reprovação é de 38%, ante 28% registrados entre católicos (52% da população ouvida).