A Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) terminou esta sexta-feira (1/12) sem reuniões plenárias, após a sessão da tarde também não ter o mínimo de 21 vereadores para ocorrer. Na ocasião, poderia ser aberto um novo pedido de cassação contra o presidente da Casa, vereador Gabriel Azevedo (Sem partido), acusado de quebra de decoro parlamentar.

 

O parlamentar foi denunciado pelo vereador Miltinho CGE (PDT), em uma representação relacionada a uma entrevista concedida por Gabriel em que ele disse ter recebido um pedido de cassação contra o colega de Câmara por práticas ilícitas como “rachadinha e nepotismo”, com base em informações recebidas de um morador belo-horizontino e denúncia no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).



Miltinho afirma que Gabriel, enquanto presidente da Câmara, deveria ter analisado a denúncia e adotado as medidas apropriadas. “No entanto, em vez de seguir esse protocolo, ele optou por utilizar sua posição de autoridade para engrandecer sua imagem, comprometendo a reputação de um colega Vereador”, escreve a denúncia.

 

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Para que o processo fosse aberto era necessário o voto de 21 dos 41 vereadores de BH. No entanto, às 15h, apenas sete vereadores marcaram presença no painel plenário, apesar de outros parlamentares estarem presentes na Câmara. Em entrevista, Gabriel agradeceu o apoio de colegas que externaram o desejo de não votar sua cassação, nem abrir um novo processo.

 

“O vereador Miltinho CGE, por quem eu tenho respeito, era investigado no Ministério Público por rachadinha, uso indevido do gabinete, nepotismo. Essa investigação acontecia, o promotor falou comigo. Tanto é fato que ele busca uma persecução penal, um acordo no MP para pagar R$ 20 mil em multa”, disse Gabriel Azevedo, pontuando que informou a denúncia contra o colega após questionamentos da imprensa, mas que não justifica um novo pedido de cassação.

 

Já Miltinho ressalta que foi investigado e nunca encontraram indícios de rachadinha em seu gabinete, enquanto Gabriel deveria ter lidado com a denúncia de modo protocolar. “Queria me matar politicamente. Eu nunca fiz mal para ninguém, mal para ele. (...) Agora, fomos ao Ministério Público e resolvemos. Foi proposto um acordo, se fosse ilegal o MP não faria isso. Aceitamos para poder ter paz e poder trabalhar”, disse.

 

O vereador também esclarece que a denúncia de nepotismo aconteceu após ele empregar o sobrinho de uma assessora em seu gabinete, mas que o processo foi aprovado pela Câmara. Em meio a diálogos para encerrar os processos contra Gabriel Azevedo, Miltinho afirma que ainda não sabe se irá desistir da denúncia, mas que está aberto para outras conversas.

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