O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), saiu em defesa do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), após o governador Romeu Zema (Novo) declarar à imprensa que a proposta do senador para a dívida bilionária de Minas Gerais estava apenas na “falação”. Depois da reunião com o parlamentar, nesta quinta-feira (7/12), o petista afirmou que o estado “praticamente” tem sido gerido com recursos federais nos últimos cinco anos e que o governador deveria adotar uma postura mais construtiva.

 

“O presidente Pacheco está muito preocupado com a situação de Minas Gerais. Só para se ter uma ideia, dos R$ 160 bilhões que Minas deve, um terço da dívida foi contraído durante o governo Zema. Inexplicavelmente, o Zema, em vez de se aliar ao presidente Pacheco para resolver o problema, ataca nas redes sociais e na imprensa alguém que foi o único mineiro com autoridade a tomar providências em relação a isso”, disse.

Haddad ainda lembrou o alinhamento político de Zema com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para lembrar que o tema não foi debatido em Brasília. “Ele ficou cinco anos, inclusive quatro com um aliado no Palácio do Planalto, podendo fazer alguma coisa por Minas. Tudo que ele fez foi endividar Minas, saindo de pouco mais de R$ 100 bilhões para R$ 160 bilhões”, disse.

 

O titular da Fazenda também ressalta que vê com bons olhos a proposta de Pacheco para a dívida do Estado Mineiro, o que para ele também resolveria um problema federativo. A proposta do senador envolve um novo programa de renegociação das dívidas dos entes da federação, no modelo em que é feito com empresas privadas, para que haja descontos no pagamento dos débitos. Segundo Haddad, é preciso união no momento de diálogo.



“O que eu quero tranquilizar o governador Zema é que ele está lidando com pessoas sérias, tanto no ministério da Fazenda quanto na presidência do Congresso Nacional. Se ele tiver disposição, vamos construir juntos uma solução para Minas. Não é simples, envolve várias questões jurídicas, envolve o pacto federativo, mas ninguém mais que o presidente Lula sabe da importância de Minas para o Brasil”, frisou.

 

O petista ainda reclamou da forma como Zema tem tratado o assunto ao criticar os trâmites da proposta em Brasília. “A pior coisa que ele pode fazer, não tendo feito nada durante cinco anos, é agredir aquele que vai pautar o acordo que for fechado com a Fazenda Nacional e com o governo federal. Não é hora de ficar batendo boca e fazendo graça na imprensa, é hora de sentar com técnicos. A solução técnica não é simples”, completou.

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