A fala do presidente Lula na convenção eleitoral do PT deste fim de semana balançou a frente ampla que apoia o governo. Ao dizer que a eleição de 2024 será novamente Lula versus Bolsonaro, o presidente deu a entender a muitos políticos que apostará na polarização entre o petismo e o bolsonarismo, o que vira um risco para os partidos de centro, em especial, os aliados que têm mais prefeituras que o PT de Lula e o PL de Jair Bolsonaro.

O prazo de filiação partidária só termina seis meses antes das eleições, ou seja, em abril do ano que vem. Mas o quadro atual do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apresenta o PSD de Gilberto Kassab na liderança em número de prefeitos, 968, seguido pelo MDB, com mais de 800; o PP, 712, e o União Brasil, 564. Todas as siglas com um pezinho no governo Lula. O PL de Bolsonaro tem 371 e o PT, 227. Se Lula apostar na polarização Brasil afora, como Lula deu a entender a muitos, os aliados é que ficarão fora da briga, com risco eleitoral.



Lula pula fogueira

Ao ficar ao lado do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, em relação às críticas à Venezuela, o presidente Lula conseguiu acalmar os militares que receavam uma posição mais branda do petista em relação aos atos de Nicolas Maduro para tentar anexar boa parte do território da Guiana. Mas eles estão de olho. Se tem algo que militar não aceita é indisciplina e rompimento de acordos.

Por falar em José Múcio…

Se deixar o Ministério da Defesa depois de 8 de janeiro, quando completa um ano do quebra-quebra nas sedes dos Três Poderes da República, o destino de José Múcio será uma embaixada brasileira. As apostas dos petistas que torcem para que Múcio deixe a Defesa se dividem entre um posto na Europa e a Argentina.

O combinado…

Aliados do governo querem se sentar à mesa com o PT o quanto antes para buscar um acordo de cavalheiros para a eleição de 2024. A ideia é organizar desde já como será a participação de Lula nas campanhas.

...não sai caro

Lula já disse que não terá condições de ir a todas as cidades, mas os aliados vão sugerir que ele só vá aonde houver alianças entre a maioria dos aliados. Se essa sugestão prevalecer, Lula acabará adotando para si o #fiqueemcasa em plena campanha eleitoral.

Não conte conosco

Dos partidos com participação no governo, o único que não pretende conversar com o PT para definir um código de conduta nas eleições é o PP. O presidente da sigla, Ciro Nogueira, já antecipou que seu partido não dará recursos e nem palanque para candidatos do PT.

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