O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu posse ao novo procurador-geral da República, Paulo Gonet, na manhã desta segunda-feira (18/12). O petista aproveitou o retorno à sede do Ministério Público Federal, em Brasília, para criticar o que chamou de "acusações levianas" do MP, dizendo que a atuação do órgão "muitas vezes destrói uma pessoa antes de dar a ela a chance de se defender".

 

“A única coisa que eu peço, em nome do que você representará daqui para frente na história do país, é que você só tenha uma preocupação: fazer com que a verdade, e somente a verdade, prevaleça acima de quaisquer outros interesses. Trabalhe com aquilo que o povo espera do MP. As acusações levianas não fortalecem a democracia, não fortalecem as instituições", disse Lula.



O presidente ainda defendeu que as denúncias não sejam “publicizadas” antes de se saber a “verdade” sobre as acusações. “Quando as pessoas são provadas inocentes, essas pessoas não são reconhecidas publicamente. Então, é importante que o MP recupere aquilo que foi razão pela qual os constituintes enalteceram o MP: garantir a liberdade, democracia, a verdade", emendou.

 

Lula ainda disse que se criou um conceito de qualquer denúncia contra política já seria verdadeira e que as manchetes de jornais “falavam mais alto” que os autos do processo. Para o presidente, isso contribui para a negação da política e para o pressuposto de que todo político é corrupto.

 

Após deixar o Palácio do Planalto, em 2010, Lula foi alvo do MP em denúncias feitas no âmbito da Operação Lava Jato. Acusado pelo ex-procurador Deltan Dallagnol e julgado pelo ex-juiz federal, Sergio Moro, o petista foi preso em 2018, mas as condenações foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

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