Os moradores de BH e Grande BH começam o ano com notícia ruim, de aumento da passagem de ônibus, quando o que se discute é a tarifa zero e a melhor qualidade deste serviço prestado. Se é ruim para os passageiros, pior ainda é para Zema (Novo) e, mais grave, para o pré-candidato à reeleição de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD).
Zema não é candidato, embora os mais apaixonados digam que é presidenciável forte; Fuad diz que não sabe se será candidato à reeleição, o que, em si, é hesitação e fragilidade. Então, Fuad começa o ano assim, não decidiu se será candidato à reeleição, oficialmente, e com um aumento de 16,6% nas tarifas do péssimo serviço do transporte coletivo.
Em ambos casos, repetem, Zema e Fuad, os erros de quem não tem aconselhamento político porque negam a política. Fuad, de origem técnica, se cercou de secretariado técnico que, parece, também não quer se reeleger. Ali, ninguém pensa politicamente. Se o prefeito abre o ano sem conselho político, imagine quando a campanha eleitoral começar.
Seu secretário de articulação política perdeu todas e continua defendendo os interesses só de quem o colocou ali. Tudo somado, o aumento de Fuad é geral, de 16,6%; o de Zema é variável, de 7%, o mais baixo, e mais alguma coisa, dependendo da linha e da cidade de origem. Todos acima da inflação deste ano. Outro dia, vimos na TV passageiros da Grande BH usando guarda-chuvas dentro do ônibus para se protegerem das goteiras.
Quando o assunto é mobilidade, transporte coletivo e a tarifa zero, o problema é todo do prefeito da capital mineira. Ou ele entende isso ou seus rivais vão fazer surf rodoviário em cima da tecnicidade dele. Dizer que 90% dos que pagam as passagens é o patrão não vai resolver.
Reajuste: todos em parafuso
Nada como um reajuste da poderosa turma dos ônibus para deixar muita gente boa em parafuso. Manifestam-se, igualmente, sem aconselhamento político para quem tem pretensões ou sonha ter nessa área. Tem gente que defende os contratos e faz propaganda negativa contra quem briga com o reajuste.
O TJMG mantém plantão estratégico para desfazer decisões judiciais sustentáveis, que, simplesmente, restabelecem o debate e valorizam as diversas instâncias de decisão, judiciais ou não. Dizer que é oportunismo defender os interesses dos passageiros é querer, no fundo, apoio eleitoral dos empresários.
Propaganda de R$ 147 milhões
Já o governo de Minas terá meios para reverter imagens negativas. Ele abriu licitação para contratar cinco agências de publicidade. O valor global do contrato, de um ano, é de R$ 147 milhões. Também está prevista a realização de pesquisas sobre o impacto de campanhas junto à sociedade. É a primeira licitação na área realizada pelo governo desde 2018.
Zema espera Pacheco
Devedor, o governador de Minas, no caso, Romeu Zema, deveria apresentar, antes de tudo à Assembleia Legislativa, a proposta de encontro de contas com o governo federal. Depois, a mesma proposta ao credor, o governo federal, para renegociar a dívida de R$ 160 bilhões do Estado junto ao governo federal. Segundo as normas de mercado, quem vende o carro, deve fazer proposta clara ao comprador. Até agora, Zema não se mexeu. Se a inércia prevalecer, o pai da ideia, o senador Rodrigo Pacheco, terá de assumir a condição e continuar defendendo os interesses de Minas.
Inteligência artificial desafia
Após as fake news, os eleitores e a Justiça Eleitoral terão um dos maiores desafios na eleição municipal este ano. O uso desregulamentado da inteligência artificial será uma das maiores preocupações. Por isso, o Tribunal Superior Eleitoral vai fazer o regramento da inteligência artificial, colocando o tema em debate nos próximos meses. Provavelmente será editada resolução sobre o uso da ferramenta nas campanhas municipais. A medida deve seguir aquelas que foram adotadas contra as fake news em 2022.
Limites e punições
O mecanismo é muito perigoso e com maior capacidade para disseminar mentiras e conteúdo falso e com total impunidade. O Congresso Nacional se omite na regulação das redes sociais. Em 2022, a Justiça Eleitoral criou regra para a remoção mais rápida de conteúdos falsos das redes sociais. Além de estabelecer limites, deverá definir punições a quem manipular textos, áudios e imagens contra adversários. Quem fizer isso e for descoberto, possivelmente, terá o registro cassado. E, se for eleito, o mandato pode ser cassado.
Pesquisas eleitorais
A partir de hoje, institutos de pesquisas, partidos políticos e pré-candidatos só podem divulgar pesquisas se elas estiverem registradas na Justiça Eleitoral. Caso contrário, podem receber multas pesadas.
Tô fora!
Convidado, como todos os outros governadores, Zema não deverá participar dos atos de 8 de janeiro de 2024 para relembrar o 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram atacadas, em Brasília. Ministros do STF e os presidentes da Câmara e do Senado devem comparecer. O cerimonial de Zema já mandou dizer que ele terá um compromisso.