Eleições em BH é o foco de uma série de partidos que veem outras capitais do Sudeste, como São Paulo e Rio de Janeiro, com cenários bem definidos -  (crédito: Reprodução)

Eleições em BH é o foco de uma série de partidos que veem outras capitais do Sudeste, como São Paulo e Rio de Janeiro, com cenários bem definidos

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A corrida pela prefeitura de Belo Horizonte (PBH) começou a ganhar forma ao longo do ano passado e entra em 2024, ano eleitoral, com ao menos seis nomes já demonstrando interesse na cadeira de prefeito, atualmente ocupada por Fuad Noman (PSD). Há pouco mais de 10 meses da eleição, marcada para 6 de outubro, o pleito já mobiliza as forças de esquerda e direita da capital mineira, mantendo uma tendência da polarização dos últimos anos. Os nomes precisam ser definidos até 15 de agosto, data limite para o registro da candidatura.

Em 2020, a cidade teve 15 candidatos nas urnas. Alexandre Kalil (PSD) foi eleito em primeiro turno com 784.307 votos (63,36%), seguido por Bruno Engler (na época no PRTB) com 123.215 votos (9,95%) e João Vitor Xavier (Cidadania) com 114.130 (9,22%). A capital mineira tem atualmente 1.998.314 eleitores aptos a participar das eleições, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de novembro de 2023. O número representa um crescimento de 2,84% em relação ao último pleito municipal, quando 1.943.184 pessoas poderiam votar.

Belo Horizonte é o foco de uma série de partidos que veem outras capitais do Sudeste, como São Paulo e Rio de Janeiro, com cenários bem definidos, enquanto a capital mineira ainda está em aberto para vários políticos que se apresentam como pré-candidatos.

Se por um lado, o próprio Fuad admite ainda não ter tomado uma decisão sobre concorrer e pondera o pleito junto com os familiares, dentro do PSD a candidatura é vista com bons olhos por nomes fortes no partido. O prefeito tem apoio do presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, e do presidente estadual, deputado Cássio Soares.

Reiteradamente, o atual chefe do Executivo municipal afirma que seu foco é o trabalho frente à administração, uma vez que articular uma eleição tomaria muito do seu tempo. “Estou trabalhando muito, tenho 300 obras acontecendo em Belo Horizonte simultaneamente, mais de 3 bilhões de recursos investidos, eu não posso parar para falar em política agora. Isso toma tempo, tem que fazer reuniões permanentes, discutir com A, com B”, disse Fuad em entrevista ao “EM Minas”, no início de dezembro.

Outros nomes que pontuam bem em pesquisas ainda podem surgir na disputa pela prefeitura de Belo Horizonte. O presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo (sem partido), e o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos), são exemplos de possíveis candidatos, mas que ainda não demonstraram publicamente um interesse pelo cargo.

Bella Gonçalves (Psol)

Deputada estadual e ex-vereadora de BH, Bella Gonçalves foi a escolha do Partido Socialismo e Liberdade (Psol), oficializada no início de dezembro. Da mesma corrente partidária do deputado federal Guilherme Boulos, primeiro colocado em pesquisas para a prefeitura de São Paulo, Bella é vista pelos correligionários como um nome importante para “ultrapassar barreiras históricas de percentual nas eleições majoritárias”. Em 2020 o partido havia lançado Áurea Carolina, que ficou em quarto lugar com 103 mil votos.

Bruno Engler (PL)

Segundo colocado na eleição de 2020 que levou Alexandre Kalil (PSD) ao segundo mandato, ainda no primeiro turno, o deputado estadual Bruno Engler (PL) é a aposta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seus correligionários do Partido Liberal. O mais votado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais em 2022, Engler tem o apoio dos deputados federais Nikolas Ferreira e Domingos Sávio, presidente da legenda no estado e que acredita no crescimento expressivo do político na capital.

Carlos Viana (Podemos)

Em entrevistas ao Estado de Minas ao longo de 2023, o senador Carlos Viana reiterou a vontade de disputar a prefeitura de Belo Horizonte. O nome mais ligado à centro-direita também é bem cotado na cidade, tendo sido eleito senador em 2018 com 3,5 milhões de votos e ficando em terceiro lugar na disputa pelo Governo de Minas em 2020. Como parte deste movimento, o parlamentar deixou, em fevereiro, o PL e se filiou ao Podemos.

Duda Salabert (PDT)

Hoje ocupando a liderança da base do prefeito Fuad Noman na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), o PDT fechou questão em apoiar a candidatura da deputada federal Duda Salabert. A parlamentar foi a vereadora mais votada no último pleito municipal e tem dedicado parte do seu mandato em Brasília para advogar por questões essenciais na capital mineira, como a defesa das áreas verdes e da saúde belo-horizontina. Em dezembro, o PDT reuniu os principais nomes do partido para celebrar a possível pré-candidatura.

Luísa Barreto (Novo)

Secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto firmou pré-candidatura no último dia 21 de dezembro, formando chapa como o ex-deputado federal Lucas Gonzalez, também do Novo. Um dos nomes mais importantes da administração de Romeu Zema (Novo) no Governo de Minas, Barreto disputou o pleito em 2020 pelo PSDB. No vídeo em que divulgou a pré-candidatura, a secretária recebeu o apoio do governador e do vice Mateus Simões (Novo).

Rogério Correia (PT)

Vice-líder do governo Lula na Câmara dos Deputados, Rogério Correia foi escolhido pelos petistas como pré-candidato à prefeitura, com o aval da presidente nacional do partido, a deputada federal Gleisi Hoffmann. Deputado federal de segundo mandato, ex-deputado estadual e ex-vereador, Correia conta com a experiência na missão de colocar o Partido dos Trabalhadores no centro da política belo-horizontina pela primeira vez em 17 anos. O parlamentar pode ser o único nome do partido na disputa das três principais cidades do Sudeste.