Vaso chinês doado à Câmara destruído na invasão ao Congresso -  (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A.Press)

Vaso chinês doado à Câmara destruído na invasão ao Congresso

crédito: Carlos Vieira/CB/D.A.Press

Até hoje, passado um ano do vandalismo do 8 de janeiro, os Três Poderes, alvos da barbárie, contabilizam seus prejuízos. As centenas de peças, obras e objetos destruídos, vandalizados e fragmentados pelos extremistas, ainda seguem sendo recuperadas e restauradas. Sem contar o que foi levado pelos golpistas.

Esse prejuízo, hoje, está na casa dos R$ 24 milhões. O Supremo Tribunal Federal (STF) lidera a lista do prédio cuja destruição gerou maior custo, que foi a metade desse total. Esses danos na Corte ficaram em R$ 12 milhões. Desse montante, R$ 8,6 milhões são danos com 951 itens que foram furtados, quebrados ou completamente destruídos. Os outros R$ 3,4 milhões foram despesas com reconstrução do plenário, troca de carpetes, vidros da fachada e outros itens.

Segundo o STF, foram perdidos 106 itens históricos de valor imensurável, como esculturas e móveis que não puderam ser restaurados e não podem ser repostos.

Já foram restaurados 116 itens, entre os quais a estátua A Justiça, localizada à frente da sede do STF.

O Senado contabiliza prejuízo de pelo menos R$ 1,4 milhão. A recuperação de bens expostos no museu da Casa totalizou R$ 483 mil, incluída nessa conta a restauração da tapeçaria de Burle Marx. As obras e os serviços necessários para recuperação do edifício-sede totalizaram cerca de R$ 900 mil.

A Câmara contabiliza um prejuízo, até agora, de R$ 2,7 milhões, considerando reparos, reposição e indenizações. Pouco menos da metade desse valor, R$ 1,4 milhão, está sendo gasto na reparação e no restauro de 68 bens do acervo cultural, como pinturas, esculturas, painéis e presentes protocolares dados a presidentes da Câmara.

Outro prejuízo de monta — de R$ 1,2 milhão — foi com recuperação de persianas, carpetes, reparos elétricos e hidráulicos, vidros e sistema de detecção de incêndio.


O Palácio do Planalto tem a segunda conta mais alta resultante do quebra-quebra. A estimativa é de que o prejuízo fique próximo dos R$ 8 milhões. Esse número ainda não está fechado, até mesmo pela dificuldade de se calcular. Dos itens histórico-artísticos avariados, os mobiliários danificados tiveram o serviço de restauro solicitado para empresas de marcenaria, vidraçaria, serralheria e tapeçaria.

"São custos de difícil mensuração, visto que os reparos foram executados também via contrato de manutenção predial corretiva e preventiva", informou o Palácio do Planalto.

Restauração


Já a restauração das peças históricas e artísticas, que exigem trabalho mais especializado, está ainda sendo realizada por meio de acordos de cooperação técnica com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan). Em 13 de janeiro de 2023, o Iphan produziu laudos sobre o estado de conservação de 13 bens danificados pelos ataques do dia 8.

Também está em fase de formalização o acordo de cooperação para a recuperação do relógio histórico, do século 17, criado por Balthasar Martinot Boulle, trazido por Dom João VI para o Brasil, entre outras peças que precisam ser recuperadas.

"Ainda não é possível determinar o valor total do prejuízo visto que os procedimentos de restauração ainda não foram iniciados", informa também o Planalto.