O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, abriu o dia de cerimônias que recordam o aniversário dos atentados de 8 de janeiro fazendo críticas aos manifestantes que, há um ano, depredaram a sede dos três Poderes em Brasília.
O ministro chamou o grupo que vandalizou prédios públicos como ‘Quixotes do mal’ que vivem de inventar inimigos, em referência ao personagem clássico do escritor espanhol Miguel de Cervantes.
Em discurso no início da tarde desta segunda-feira (8/1) no plenário da corte, Barroso destacou que as cerimônias do dia servem para que o ocorrido há um ano não seja esquecido no país. O magistrado ainda chamou os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato derrotado nas eleições de 2022, de ‘falsos patriotas’.
"Falsos patriotas que não respeitam os símbolos da Pátria. Falsos religiosos que não cultivam o bem, a paz e o amor. Desmoralizaram Deus e a bandeira nacional. O que assistimos aqui foi a mais profunda e desoladora derrota do espírito", disse Barroso.
Além de Barroso, também discursou a ministra aposentada do STF, Rosa Weber, que presidiu a Corte durante os atentados e o período de reconstrução da sede do Supremo. Em breve pronunciamento, a magistrada voltou a utilizar a expressão que cunhou para tratar sobre os atos golpistas: ‘Dia da Infâmia’.
O evento no STF começou com a exibição de um documentário em que os ministros falaram sobre o processo de reconstrução da sede da corte e comentaram os atos golpistas. A cerimônia também marca a inauguração da exposição fotográfica "Após o 8 de janeiro: reconstrução, memória e democracia".
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A sede da Suprema Corte foi a mais destruída durante os ataques, que também marcaram a depredação do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto. Mais de 1.300 ações foram abertas no STF após os atos golpistas.
Após as falas em plenário, os ministros seguiram para o Congresso Nacional, onde cerca de 500 convidados se reúnem para recordar os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Na sede do Legislativo devem falar autoridades como o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT); o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do STF, Alexandre de Moraes.