'Os programas e ações sociais que objetivam a erradicação da pobreza e da extrema
pobreza não ficarão prejudicados', diz Zema -  (crédito: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A.PRESS)

'Os programas e ações sociais que objetivam a erradicação da pobreza e da extrema pobreza não ficarão prejudicados', diz Zema

crédito: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A.PRESS

Depois de um jogo de verdade e inverdades, o governador Zema manifestou repulsa maior ao que chamou de evento político de 8 de janeiro deste ano do que aqueles do mesmo dia de 2023. Foi intensamente desproporcional. Por suas razões, Zema deixou no ar, primeiro, que não iria; depois, divulgou no dia do evento, que, por outros motivos não revelados, iria participar dos atos da última segunda (8).

Ao final do dia, apresentou a versão final que reafirmou sua natureza ao dizer que não iria porque o evento teria sido politizado. Ressalvou que não apoia os golpistas e que os excessos devem ser punidos, mas sua crítica mais contundente foi dirigida àqueles que foram lá condenar, politicamente, as ações golpistas.

No cálculo de seu marqueteiro, a brincadeira deve ter agradado aos seguidores igualmente comprometidos com a narrativa distorcida, ainda que fique mal perante o mundo civilizado e a história. Melhor faria, talvez, se apenas anunciasse que não iria. Todo mundo entenderia suas razões políticas, até mesmo seus seguidores.

Para não perder o gasto com a viagem, o governador louvou a própria gestão, razão pela qual estaria em Brasília para cuidar da dívida de Minas, que não resolveu em cinco anos de governo. Reuniu-se com o secretário do Tesouro Nacional e não contou o principal: o que foi tratado nessa reunião e qual o resultado. Nada disse, porque deve ter ouvido do secretário que a solução possível aguarda entendimento superior entre o chefe dele (Lula) e o próprio governador de Minas.

Se Zema vestisse o uniforme de estadista, pediria audiência com o presidente da República para tratar do assunto. Mas, se o fizesse, talvez, seus seguidores o acusassem de estar fazendo política ou participando de evento político. Melhor, não, deixa isso para o presidente do Congresso Nacional, senador por Minas Rodrigo Pacheco, que saberá como gerenciar o problema da dívida de Minas.


AMM bate duro na reoneração

Como as lideranças da oposição no Congresso Nacional, a Associação Mineira de Municípios (AMM) divulgou nota em defesa da devolução integral da MP da reoneração da folha. Manifestando indignação e repúdio, o presidente da entidade, Marcos Vinicius, que também é prefeito de Coronel Fabriciano (Vale do Aço), acusou desrespeito com o Legislativo.

A razão do repúdio foi resposta aos vários efeitos da medida provisória (MP) 1.202/2023, revogando a Lei 14.784/2023 a partir de 1º de abril de 2024, impondo a reoneração. A medida foi assinada pelo presidente Lula e, segundo a liderança municipalista, elimina importante conquista dos municípios, que representaria economia de R$ 1,3 bilhão aos municípios.

O governo Lula já percebeu que perdeu a batalha da reoneração da folha de pagamento. Por isso, baixou uma medida provisória para ganhar tempo enquanto negocia outra saída e evita prejuízo na arrecadação. O governo está sem voto e sem apoio no assunto.