O presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), Gabriel Azevedo (sem partido), encaminhou um pedido ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) para pedir a suspensão das obras de instalação de uma ciclovia na Avenida Afonso Pena. O documento argumenta que o relevo do traçado não viabiliza o tráfego em bicicletas e ainda pede a apuração de possível mau uso do dinheiro público por parte da prefeitura da capital.
As obras na Afonso Pena fazem parte do projeto de revitalização do Centro operado pela Prefeitura de Belo Horizonte. A construção da ciclovia compreende a criação de uma via exclusiva para os ciclistas nos dois sentidos em toda a extensão da avenida, desde a Praça Rio Branco, no coração do Centro, até a Praça da Bandeira, no Mangabeiras, área nobre da capital e distante do hipercentro.
No documento, Gabriel Azevedo cita que há uma diferença de 152 metros entre o Palácio das Artes e a Praça da Bandeira, um aclive que torna inviável o tráfego em bicicletas.
“O que se percebe quando da análise do traçado da obra é que a mesma não foi pensada em uma lógica benéfica à cidade nem aqueles que utilizarão a bicicleta para se locomover no traçado [...] Considerando a subida íngreme, os ciclistas na maioria das vezes optam por utilizar rota diversa da traçada pela Prefeitura para implantação da ciclovia, já que há rotas mais inteligentes a serem feitas”, manifesta o presidente da Câmara.
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Por conta dos cruzamentos e semáforos, a ciclovia terá quase 20 paradas, afirma Azevedo no pedido. A representação enviada ao TCE ainda argumenta que a supressão de uma faixa da Afonso Pena para os carros e a criação de pontos de afunilamento culminarão em transtornos também para o trânsito de automóveis.
A manifestação conclui, diante dos argumentos, que é válido que o TCE averigue se a construção da ciclovia configura como um uso indevido do dinheiro público por sua falta de utilidade à população. O documento requer que o tribunal determine que o prefeito Fuad Noman (PSD) paralise as obras imediatamente.
As obras na Afonso Pena custarão cerca de R$ 25 milhões e serão feitas pela RFJ Construtora, que assinou contrato com a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura. As intervenções começaram na última sexta-feira (12/1).
A reportagem solicitou um posicionamento da Prefeitura de Belo Horizonte acerca da representação movida no TCE. Até a última atualização desta matéria, não houve resposta.