A oito meses e 14 dias da votação, o presidente Lula já mapeou os nomes que irá apoiar e com os quais irá com tudo para vencer, pelo menos, nas principais capitais: BH, Rio de Janeiro e São Paulo. No Rio, reforçará a campanha de reeleição do prefeito Eduardo Paes (PSD).

Na capital paulista, se empenhou pessoalmente na formação da chapa que terá o deputado Guilherme Boulos (PSOL) e a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) de vice. Em Belo Horizonte, o pré-lançamento de quatro aliados está adiando a definição, que, se não alcançada, poderá ir para eventual segundo turno.



Estão no páreo em BH o próprio prefeito Fuad Noman (PSD), o deputado federal Rogério Correia (PT) e as deputadas Duda Salabert (federal do PDT) e Bella Gonçalves (estadual do Psol). Historicamente, o presidente Lula não entra em bola dividida onde há mais de um aliado em disputa. Duas razões podem reforçar a tendência, ou seja, se a pré-candidatura de reeleição do prefeito não decolar ou caso Correia não ceda à proposta de aliança com Fuad.

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Por outro lado, o crescimento de Fuad pode mudar o quadro ou até mesmo o risco de dois adversários do campo lulista irem para o segundo turno. Nesse caso, os dados das pesquisas terão papel fundamental na reavaliação do quadro até o limite das convenções partidárias.

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Briga local ou duelo nacional

Com foco na capital paulista, Lula confirmou, na terça (23), o perfil da disputa deste ano, baseada no confronto entre ele e o bolsonarismo. Prevê confrontação direta, já que apoiará Boulos enquanto Bolsonaro deverá apoiar a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Pode ser que, pela dimensão da capital paulista no tabuleiro político, a influência nacional lá seja maior. O cenário aqui é outro, com maior pulverização de candidaturas, mas os adversários dele tentarão impor essa pauta.

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Se colar, e se eles crescerem nas pesquisas, os outros terão que entrar nesse debate e provocações. A oposição vai buscar desqualificar a gestão de Fuad Noman e tentar vinculá-lo a Lula, de forma a promover e manter a polarização entre o atual presidente e o ex-presidente. Há quem diga que o eleitor estaria cansado disso e que o caminho seria esvaziar o discurso da polarização ideológica, que teria mais um viés nacional.

Gestão necessária

Seja como for, será preciso equilibrar o debate entre a questão local e a nacional. O temporal da noite de terça demonstrou a importância da cidade e de sua gestão diante dos riscos de grandes enchentes e desastres. O que o eleitor quer, e as primeiras pesquisas reafirmam isso, é saber como serão resolvidos os problemas das enchentes, obras para melhorias no transporte, investimentos na saúde e na educação. “Se essa chuva de ontem (terça) tivesse caído em anos anteriores, teria algumas vítimas e um grande estrago na cidade”, observou o prefeito, considerando que sua gestão passou no teste.

Hora da próxima definição

O processo pré-eleitoral segue de olho no calendário eleitoral oficial. A próxima e mais importante definição dessa fase termina no dia 5 de abril, quando ficam definidas as filiações partidárias e os domicílios eleitorais. Será a hora fatal para quem quiser mudar de partido ou até de cidade para ficar elegível. A partir daí, o quadro vai ficando mais visível.

Beija mão por apoio financeiro

Tão importante, ou até mais, quanto o apoio político, de Lula ou de Bolsonaro, é o apoio financeiro. Se não tiver dinheiro, em grandes centros, fica difícil para o candidato ficar conhecido, ter visibilidade e competitividade. Por isso, os pré-candidatos terão que beijar a mão dos verdadeiros donos da política no país. Hoje, são pelo menos uns sete que controlam os caixas partidários. O PL de Jair Bolsonaro e o PT de Lula serão os que receberão as maiores fatias do fundo eleitoral de 2024.



De novo, PL e PT fortalecidos

O fundo eleitoral aprovado pelo Congresso Nacional será de R$ 4,96 bilhões para financiar as campanhas deste ano. O valor é recorde na disputa municipal. O PL foi derrotado na disputa presidencial, mas conseguiu eleger a maior bancada de deputados. Por isso, terá R$ 863 milhões para gastar. O PT ficou em segundo lugar e terá R$ 604 milhões. Em seguida, vêm União Brasil (R$ 517 milhões), PSD (R$ 427 milhões), MDB (R$ 410 milhões) e PP (R$ 406 milhões).

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