Alvo de operação da Polícia Federal (PF), deflagrada na manhã desta quinta-feira (8/2), o ex-presidente Jair Bolsonaro disse se sentir “perseguido” e não “ter clima para fazer nada”. A declaração foi feita à colunista Roseann Kennedy, do Estadão.
O motivo da operação, segundo Bolsonaro, é uma incógnita e ele afirma estar à disposição de seus advogados. “Estou sem clima. Estou em casa, não vou pescar, não vou fazer nada”, afirmou à colunista. “Não tenho acesso ao que é, qual o motivo da busca e apreensão e o que está sendo investigado", completou.
O ex-presidente também disse não saber o que houve com os militares que estão no foco da ação da PF. “Não sei o que aconteceu com Braga Neto, Heleno e Paulo Sérgio. Sei que está preso preventivamente o coronel Câmara, mais um que eu perco aqui, estou sem quatro pessoas ao meu lado", declarou.
Obrigado a entregar seu passaporte à PF, Bolsonaro disse que a abordagem policial foi respeitosa e acredita que os profissionais ficaram constrangidos com a operação. “Não teve nenhum problema, ninguém de cara amarrada. Muito pelo contrário, achei os caras até constrangidos", disse na entrevista.
Operação da PF mira Bolsonaro e aliados
Na manhã desta quinta, a Polícia Federal (PF) deu início a Operação Tempus Veritatis para apurar tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Entre os alvos, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto, o general Augusto Heleno, os ex-ministros da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e Anderson Torres, além de outros militares e aliados políticos de Bolsonaro.
Ao todo, são 10 mandados de prisão preventiva, além de 30 mandados de busca e apreensão em 10 estados e no Distrito Federal. São cumpridos mandados nos estados de Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná e Goiás e no Distrito Federal.