Recursos da ordem dos R$ 200 milhões serão destinados à construção de oito novos campi de institutos federais em Minas Gerais, parte dos investimentos anunciados ontem em cerimônia da cúpula do Palácio do Planalto, no Minascentro, na região central de Belo Horizonte. Uma das unidades será construída em Belo Horizonte. Ao todo, o Ministério da Educação(MEC) pretende investir R$ 1,3 bilhão na educação de Minas Gerais com a retomada de obras da educação básica, construção e ampliação de hospitais universitários, e apoio financeiro aos estudantes.
O anúncio das novas unidades já havia sido antecipado anteontem pelo presidente Lula (PT) antes da visita a Belo Horizonte. Além da capital mineira, serão dois institutos na Região Central de Minas: João Monlevade e Sete Lagoas; Caratinga, no Vale do Rio Doce; São João de Nepomuceno, na Zona da Mata Mineira; Minas Novas, no Vale do Jequitinhonha; Bom Despacho, no Centro-Oeste e Itajubá, Sul de Minas. “Nós sabemos o quanto eles (os institutos federais) sofreram nos últimos anos”, afirmou o ministro da Educação, Camilo Santana, ao detalhar o pacote de investimentos e apresentar a recomposição orçamentária de R$ 47 milhões dos Ifs.
Atualmente, segundo o MEC, há cinco institutos federais em Minas Gerais, com sedes em Juiz de Fora, Belo Horizonte, Montes Claros, Pouso Alegre e Uberaba. Além das novas unidades, também serão investidos R$ 29 milhões nas infraestruturas já existentes, com a construção de 17 novos restaurantes estudantis e a reforma de outros dois, sem detalhes de quais estruturas.
Hospitais universitários
Ao lado de Lula, o ministro Santana também lembrou a herança de obras inacabadas da gestão de Bolsonaro (PL) e declarou prioridade para conclusão das intervenções. Durante o evento, o ministro assinou o documento para a retomada de obras do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF), na Zona da Mata Mineira, com investimentos da ordem de R$ 179 milhões. Nas reformas de infraestrutura do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG), em Belo Horizonte, o investimento é de R$ 33 milhões. Também estão previstos recursos para obras de reformas e ampliação de hospitais-escola em Uberlândia e Uberaba, ambas no Triângulo Mineiro e Lavras, no Sul de Minas.
Como reforço à política de prevenção do abandono e da evasão de alunos nas escolas públicas, Minas Gerais receberá R$ 545,6 milhões para o programa “Pé de meia”, iniciativa de apoio financeiro aos estudantes do Ensino Médio. Ao todo, 190 mil estudantes mineiros serão beneficiados. “Quase meio milhão de pessoas abandonam a escola e são muitas justificativas, entre elas a necessidade de trabalhar para complementar a renda familiar”, apontou Santana. O objetivo do projeto é tentar impedir a desistência dos estudos e diminuir a desigualdade no acesso à universidade e ao mercado de trabalho. A poupança será de R$ 3 mil por ano, chegando até R$ 9,2 mil para os estudantes que concluírem os estudos, com expectativa de atender 2,5 milhões de estudantes.
O ministro ainda apresentou um balanço do que já foi investido em Minas, políticas recuperadas e ampliadas que somam R$ 1,6 bilhão. Entre eles, R$482 milhões para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que há seis anos não tinha reajuste e, ano passado, foi reajustado em 39%. “Ainda é uma realidade em muitos cantos do Brasil, a única boa refeição que uma criança, um jovem faz, é quando vai a escola”, afirmou. Também foram R$182 milhões para o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), que vai destinar parte dos recursos para Educação de Jovens e Adultos (EJA). “Há nove anos o Mec não fazia compra de livros para o EJA, que é educação de jovens e adultos, e é esse ano vamos distribuir livros para todo país”, declarou o ministro.
Apelo por vacina
O ministro da Educação, Camilo Santana, iniciou o seu discurso fazendo um apelo aos prefeitos e ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema, para que seja realizada a vacinação dos alunos das escolas. “É um dever do estado e a vacina é para salvar vidas. Essa é a orientação do Ministério da Educação e do governo do presidente Lula”, afirmou. Também ressaltou a importância do trabalho conjunto, em prol de uma educação de qualidade. “Todos, independente de questões políticas e partidárias, temos que nos unir em torno da educação, porque a história do mundo já nos mostrou que um país só se desenvolve, só gera justiça social quando investe na educação dos seus jovens e das suas crianças”, disse.