Para 46% dos eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na Avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo (25/2), foi avaliado como uma "grande" manifestação. Já entre os apoiadores de Jair Bolsonaro, 89% concordam que o ex-presidente reuniu um grande público.
De modo geral, a manifestação foi avaliada como "grande" por 68% dos eleitores. É o que revela pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (28/2).
Ainda conforme o levantamento, 66% dos eleitores que votaram em branco, nulo, ou não foram votar nas eleições de 2022, também classificaram o ato na Avenida Paulista como "grande".
A pesquisa indica que para apenas 7% dos bolsonaristas o ato foi considerado "médio", enquanto entre os petistas a percepção é de 31% para esta avaliação.
13% dos eleitores de Lula consideraram o movimento "pequeno", mas apenas 1% dos bolsonaristas concordam com a afirmação.
Entre os que votaram em branco, nulo ou não foram votar, a percepção é de 22% para aqueles que acreditam que o ato foi mediano, contra 4% dos que veem o ato como uma pequena manifestação.
10% dos eleitores de Lula, 3% dos bolsonaristas, e 8% dos que votaram em branco, nulo ou não foram votar, não souberam responder.
De modo geral, o ato de apoio a Jair Bolsonaro foi grande para 68% dos eleitores; médio para 20%; e pequeno para 6%. 7% dos eleitores não souberam responder.
"Mais forte"
A pesquisa também questionou aos eleitores se o ex-presidente Jair Bolsonaro se tornou mais forte ou mais fraco depois da manifestação. O intuito do evento era mostrar apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, investigado pela Polícia Federal (PF) por um suposto plano de golpe de Estado elaborado por ele e aliados.
Conforme o levantamento, para 50% dos entrevistados, Bolsonaro sai fortalecido. Para outros 14%, nem mais forte, nem mais fraco. Enquanto para 26%, mais fraco. 11% dos entrevistados não souberam responder.
É importante ressaltar que a maior parte dos eleitores que classificaram o ex-presidente como "mais forte", vem da sua própria base de apoio.
4/ Mas é importante ressaltar: a maior parte dos eleitores que classificaram Bolsonaro como mais forte, vem da sua própria base. Ou seja, o principal efeito não foi o de mobilizar eleitores de fora, mas o de reafirmar a convicção dos eleitores de dentro da bolha bolsonarista. pic.twitter.com/UysYP77IES
— Felipe Nunes (@profFelipeNunes) February 28, 2024
Investigações da PF
Para 48% dos entrevistados, a manifestação não terá influência nas investigações da Polícia Federal sobre Bolsonaro e aliados. 11% dos entrevistados ainda acreditam que o ato deve reduzir o ritmo das investigações. Para 34%, deve acelerar.
Perseguido?
A pesquisa também revela que 53% dos entrevistados não acreditam que o ex-presidente Jair Bolsonaro seja vítima de "perseguição", assim como pontuado por ele durante o ato. Para 39%, Bolsonaro sofre perseguição.
Plano de golpe
O levantamento ainda indica que para 47% dos eleitores, Jair Bolsonaro participou do suposto plano de golpe de Estado. De outro lado, 40% não acreditam.
O levantamento aponta novamente uma polarização política entre petistas e bolsonaristas. Segundo a pesquisa, para 77% dos eleitores de Lula, Bolsonaro tem participação no plano. Já entre os apoiadores de Jair Bolsonaro, apenas 9% acreditam que ele esteja envolvido.
12% dos petistas não acreditam que o ex-presidente participou do plano, enquanto 83% dos bolsonaristas não acreditam que ele esteja envolvido.
Inelegível
Mesmo após o ato, 51% dos entrevistados acreditam que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não errou ao tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível. Para 40%, foi um erro da Justiça.
50% dos eleitores ainda afirmam que a prisão do ex-presidente seria justa. Discordam 39% dos eleitores.
A pesquisa
A pesquisa ouviu 2.000 eleitores, entre os dias 25 e 27 de fevereiro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.