O campo político da esquerda tem, no atual contexto político, mais pré-candidatos a prefeito de Belo Horizonte do que o da direita. São três nomes da esquerda contra dois da direita e três ao centro. Estão na base política de Lula os concorrentes Rogério Correia (deputado federal do PT), Duda Salabert (deputada federal do PDT) e Bella Gonçalves (deputada estadual do PSOL).
Na outra ponta da polarização política estão no páreo os bolsonaristas Bruno Engler (deputado estadual do PL) e Carlos Viana (senador pelo Podemos).
Ao centro, existem pelo menos três nomes: o prefeito Fuad Noman (PSD), Luiza Barreto (secretária de Estado, filiada ao Novo) e o presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo (sem partido).
No campo das alianças, a tendência também favorece a esquerda. Fuad Noman busca crescer por meio de coligação com o centro-esquerda e articula ter um petista como seu vice; espera ainda ter o apoio do presidente Lula.
Já a direita, que terá o incentivo do ex-presidente Bolsonaro (PL), só terá chances de aliar-se a partidos do mesmo viés ideológico.
Fuad busca apaziguar Kalil
Fuad Noman (PSD), prefeito de BH, venceu, na quinta (1º), os dois primeiros desafios para anunciar seu projeto de reeleição. Numa mesma reunião, em São Paulo, garantiu o apoio do presidente nacional de seu partido, Gilberto Kassab, e, tão importante quanto, o financiamento partidário de sua campanha. Devem gastar até R$ 16 milhões para tentar reeleger Fuad.
Após esse dever de casa, o próximo passo do prefeito é garantir o apoio de um dos maiores cabos eleitorais da capital mineira, Alexandre Kalil (PSD).
Rumos de Kalil
Kalil está mudo e calado depois da derrota e não esconde a mágoa com os aliados que fez. Além de perder para Zema no interior e em BH, sentiu-se abandonado pelo PT de Lula, que apoiou para presidente. Sua influência voltou a ficar forte, como a de Lula, nas classes C e D.
Ainda hoje, não perdoa o PT, mas lhe disseram que, com o fígado, as coisas pioram. Temperamental, o ex-prefeito já falou em lançar seu ex-secretário de Saúde Jackson Machado e já sorriu para fotos com Carlos Viana.
Falaram a ele também que o futuro dele (2026) depende do que acontecer em 2024, porque o risco de isolamento é grande.
Pacheco saiu na frente
O PSD está congestionado para Kalil em 2026. Os caminhos se abriram para o senador Rodrigo Pacheco, do mesmo partido, na disputa para governador numa aliança abençoada por Lula. Para Kalil, haveria a possibilidade de ser candidato a senador ou a deputado federal. Nenhum deles faz seu perfil.
Pesquisa: políticos e fake fews
Antes que o Congresso Nacional faça a necessária regulamentação das redes sociais, o instituto mineiro de pesquisas Quaest fez um estudo para identificar a origem das fake news.
Depois de analisar mais de 4 milhões de postagens feitas por políticos brasileiros, entre janeiro de 2018 e dezembro de 2020, os dados mostraram que os políticos são muito ativos nas redes, publicando, em média, seis vezes por dia.
No entanto, apenas 0,01 em cada 100 postagens contém informações falsas (0,01%).
Força da mentira
O problema é que as postagens contendo desinformação atraem quase seis vezes mais engajamento de usuários que postagens sem desinformação e são sete vezes mais vistas que aquelas contendo informação verdadeira, segundo a mesma pesquisa.
De onde vem a fake news?
O estudo da Quaest investigou ainda o perfil de quem mais publica postagens contendo desinformação. Não se trata de experiência política, nem idade, muito menos nível educacional.
O grau de desinformação em postagens políticas está diretamente ligado ao alinhamento eleitoral de 2018.
Extremista usa mais o falso
Os políticos mais extremistas são mais propensos a compartilhar desinformação. Pertencer à coalizão de Bolsonaro em 2018 aumentou em 21% as chances de divulgar desinformação.
Quem é da coalizão de Fernando Haddad (PT), em 2018, teve 10% de chances a mais de recorrer às mentiras.
MP investiga ICMS da Educação
O chefe do Ministério Público de Minas (MPMG), procurador-geral Jarbas Soares, instaurou, no dia 1º de fevereiro, procedimento administrativo para verificar a constitucionalidade do artigo 2º da Lei 24.431, que dispõe sobre a distribuição do ICMS da educação.
A iniciativa foi apresentada pela prefeita de Contagem (Grande BH), Marília Campos (PT), com o objetivo de rever a mudança de critérios que afetou 130 municípios mineiros.
Segundo levantamento feito por ela, as perdas chegariam a R$ 1 bilhão neste ano. De acordo com o artigo contestado, os valores decorrentes da aplicação dos percentuais relativos ao critério “educação” serão distribuídos aos municípios com base em indicadores de melhoria nos resultados de aprendizagem e de aumento da equidade, considerado o nível socioeconômico dos educandos nos termos da Constituição.
Objetivo é evitar judicialização
O MPMG concedeu prazo de 30 dias para que a Assembleia Legislativa e o Governo do Estado se manifestem sobre o questionamento constitucional do artigo. A intenção do procurador é encontrar solução extrajudicial, evitando a judicialização.