Em Brasília para receber uma medalha na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (7/2), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), voltou a defender que crianças possam frequentar o ensino público estadual mesmo sem estarem em dia com o cartão de vacinação. Em entrevista à “CNN Brasil”, o chefe do Executivo mineiro ressaltou que o direito de frequentar a escola é inquestionável e a educação pode ajudar a criança a escolher sobre a vacinação.
“Toda criança tem direito de frequentar a escola, é inquestionável. Com isso, a criança vai ter uma alimentação, uma merenda boa, vai ter boas escolas. Vai, principalmente, aprender ciência, para que no futuro ela tenha condições, diferente do que já aconteceu no passado, queremos que ela venha decidir se quer ou não ser vacinada”, disse.
O governador também justificou seu posicionamento com sua ideologia. “Eu vacinei, meus filhos se vacinaram, minha família toda vacinou. Agora, tem pessoas que não quiseram vacinar, eu sou um liberal e tenho de respeitar isso. Em Minas Gerais, a escola está aberta para todos e nós vamos mostrar que a vacina é importante. Mesmo mostrando, se alguém não quiser, é uma opção individual”, frisou.
Na última semana viralizou nas redes sociais um vídeo compartilhado por Zema ao lado do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) e do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), anunciando que a vacinação não era um requisito obrigatório para frequentar as aulas no estado.
As falas repercutiram na política e fizeram com que parlamentares de esquerda protocolassem representações contra o governador no Ministério Público. A deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), do bloco de oposição a Zema, levou o caso à Procuradoria-geral de Justiça de Minas Gerais, que vai analisar as declarações.
A vacinação de crianças para que frequentem o espaço de ensino é recomendada no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA). Questionado pela CNN se o posicionamento pode deixar as crianças mais vulneráveis, Zema disse que vivemos em um país democrático e é preciso respeitar o direito de ir e vir.
“Temos de respeitar o direito de cada um decidir qual é o melhor tratamento para si. Sou totalmente contrário a medidas impositivas, sou totalmente favorável à conscientização. Não sou da linha de obrigar alguém a fazer algo contra sua vontade”, completou.