O ministro dos Transportes, Renan Filho, confirmou que pretende duplicar o trecho da BR-381 que compreende a saída de Belo Horizonte até o município de Caeté e pediu ajuda do prefeito Fuad Noman (PSD) e do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), para realocar as famílias que ocupam as margens do trecho urbano. As obras são uma das principais demandas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que esteve na capital, nesta quinta-feira (8/2).

Conforme antecipado pelo Estado de Minas, o projeto era um dos anúncios esperados para o evento de Lula no Minascentro, na Região Centro-Sul de BH. Renan Filho afirmou que é um compromisso dele publicar o edital de obras no trecho até o dia 30 de abril.

“É o trecho mais importante e complexo, porque implica em desapropriações. Eu quero dizer ao governador Zema e ao prefeito Fuad que, na semana após o Carnaval, eu vou voltar a Minas Gerais e percorrer a BR-381 até a região de Ipatinga”, disse o ministro.



Renan ainda pediu um esforço conjunto entre o governo federal, estadual e municipal, para que as famílias sejam retiradas com “humanidade”. O ministro ressaltou que o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT) e sua pasta não possuem uma secretaria para dar apoio na realocação.

 

Leia também: Entenda por que a duplicação das BRs 381 e 262 se arrasta há anos

 

“O DNIT e o Ministério dos Transportes não possuem assistência social, não tem secretaria de ação social. A prefeitura e o estado podem ajudar muito na realocação decente, humana e responsável, de 2 mil famílias para que a gente possa duplicar o trecho urbano de Belo Horizonte”, emendou.

Em novembro do ano passado, um leilão de concessão da rodovia entre BH e Governador Valadares, na Região do Vale do Rio Doce, terminou sem interessados, e a privatização da estrada, bem como as obras para sua duplicação e demais melhorias, foi adiada. Este foi o terceiro pregão deserto na tentativa de repassar o trecho à iniciativa privada desde 2013.

Conforme apurado pela reportagem, eventuais interessados se afastam da rodovia pelos riscos relacionados à instabilidade geológica dos arredores da estrada e a necessidade de remover milhares de famílias que vivem às margens da via, o que causa insegurança jurídica. Com a União assumindo a responsabilidade por um dos trechos mais sensíveis da Rodovia da Morte, acredita-se que a ideia da concessão atraia mais empresas.

compartilhe