A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que acarretou na Operação Tempus Veritatis deflagrada nesta quinta-feira (8/2), afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro estava redigindo e buscando apoio para a realização de um golpe de Estado.
"Mensagens encaminhadas por Mauro Cid para o general Freire Gomes sinalizam que o então presidente Jair Bolsonaro estava redigindo e ajustando o decreto e já buscando o respaldo do General Estevam Theophilo (há registros de que este último esteve no Palácio do Planalto em 9/12/2022, fls. 169), tudo a demonstrar que atos executórios para um golpe de Estado estavam em andamento", escreveu o ministro
As mensagens do ex-ajudante de ordens da presidência, o tenente-coronel Mauro Cid, mostram envolvimento de Bolsonaro; Freire Gomes, o Comandante do Exército; e o então ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira.
Em uma das mensagens, trocadas no dia 9 de dezembro de 2022 às 5h35, Gomes afirma que Bolsonaro está sendo pressionado para "tomar medidas mais pesadas" e que naquele dia pela manhã ele teria "enxugado o decreto". Ele também cita a realização de uma reunião em que o tema foi debatido.
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A PF revelou que uma minuta golpista que determinava a prisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e dos ministros da Suprema Corte Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes foi editada pelo presidente, que pediu a exclusão da prisão dos dois primeiros da nota antidemocrática, mantendo apenas a de Moraes.