O governador Romeu Zema (Novo) afirmou que aproveitou o evento realizado no Minascentro na manhã desta quinta-feira (8/2) para passar para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) as demandas mais urgentes do Estado. Em vídeo divulgado à imprensa, ele afirmou ter ficado 'satisfeito' com a visita do petista e que os diálogos com o governo estão abertos.

"Estive ao lado do presidente por mais de duas horas e passei para ele aquelas demandas mais urgentes que nós temos em Minas Gerais, que dependem muito do governo federal", afirmou Zema na gravação. "Fico satisfeito com a visita do presidente, com o diálogo que abrimos aqui (...) No que depender de nós haverá um diálogo, aberto e franco e produtivo com o governo federal. Mas só promessa não resolve", sacramentou. 

Entre os temas tratados entre o petista e o governador estão as rodovias federais, o acordo da barragem de Mariana e a dívida de Minas Gerais com o governo federal. Em sua primeira agenda pública com o atual presidente, Zema foi muito vaiado pelos presentes no evento e duramente criticado por ministros.



"Por Minas passam as principais rodovias do país, (...) que não têm recebido uma manutenção adequada. As BRs 381, 040 e 262 precisam de investimentos", pediu Zema.

Na sequência, ele citou que o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL), prometeu investimentos nas rodovias, mas que quer ver a realização das obras.

O governo anunciou investimento de R$ 1 bilhão na BR-381 no trecho que liga BH a Caeté. Além disso, houve a promessa de licitação para duplicação da via, o que, segundo Zema, "é uma obra que Minas está escutando há mais de 20 anos".

Durante as quase duas horas do evento, Zema e Lula trocaram palavras, mas uma reunião privada entre os dois não ocorreu. 

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O acordo pelo rompimento da barragem de Mariana, em novembro de 2015, também foi apontado como um problema que o governo federal pode ajudar na resolução.

"Depois de oito anos, pouca aconteceu. A maioria do recurso tem sido consumido pela fundação e pelas assessorias e consultorias técnicas que têm sido contratadas. Muito pouca coisa chega nos atingidos. Temos 70 mil atingidos ao longo da bacia do Rio Doce", se queixou o governador.

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No evento desta quinta, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), criticou a não obrigatoriedade da vacinação e o aumento da dívida do de Minas com a União nos últimos cinco anos, mas não  citou nominalmente o governador mineiro.

Silveira chegou a falar que Zema não pagou "nenhum centavo" da dívida. Os dois não chegaram a se cumprimentar no evento, mas o governador alegou que a afirmação do ministro é "mentira" e que o Estado pagou R$ 5 bilhões apenas na sua gestão.

O governador também alegou que a taxa de juros que a União cobra torna a dívida "impagável".

"Fiquei muito satisfeito do presidente do Senado ter proposta uma revisão nas regras na negociação que tanto Minas, quanto outros Estados têm com a União. Essa taxa de juros torna ela praticamente impagável", afirmou.

Outros ministros presentes no evento também criticaram o atual governador mineiro. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, defendeu a vacinação e exaltou o Zé Gotinha. Na mesma linha, o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), defendeu a vacinação de alunos.

Recentemente, Zema postou um vídeo junto do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) e do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) contrário a exigência de imunizar crianças na escola.

 

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