O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está no Cairo, capital do Egito, para os primeiros compromissos internacionais de 2024. Após um dia de “folga” nesta quarta-feira (14/2), o chefe do Palácio do Planalto terá reuniões com o presidente egípcio, Abdel Fattah Al-Sisi, para assinaturas de atos bilaterais, um almoço oficial e declaração à imprensa internacional. Lula também fará uma visita à sede da Liga dos Estados Árabes.

 

Nessa terça (13/2), o presidente não teve agendas oficiais, mas, ao lado da primeira-dama, Janja da Silva, foi acompanhado pelo ex-ministro do Turismo e Antiguidades, Khaled El-Enany, para uma visita às Pirâmides de Gizé, Esfinge e ao Grande Museu Egípcio.

 



“Também visitei um novo museu ao lado das pirâmides e que será inaugurado. E conversei sobre o apoio dos egípcios na recuperação do Museu Nacional e seu acervo que pegou fogo em 2018”, disse Lula nas redes sociais.

 

A visita ao Egito celebra os 100 anos de relações diplomáticas entre os dois governos. Atualmente o país é o segundo maior parceiro comercial do Brasil na África, atrás apenas da Argélia. Segundo o Palácio do Planalto, em 2023 o comércio bilateral entre os países chegou a US$ 2,8 bilhões - sendo US$ 489 milhões em produtos egípcios importados e US$ 1,83 bilhões em produtos brasileiros exportados.

 

O Planalto ainda espera uma expansão no comércio entre os dois países após a abertura do mercado egípcio a diversos produtos brasileiros em 2023, como peixes, carne de aves, algodão, bananas, gelatina e colágeno. O Brasil ainda espera que o governo egípcio aprove novos abatedouros e frigoríficos para exportação de carne bovina e quer discutir a abertura de uma rota aérea ligando São Paulo ao Cairo.

 

O Egito também tem um papel estratégico na geopolítica, uma vez que é a única fronteira terrestre do território Palestino de Gaza, além de Israel. É pela cidade de Rafah que os refugiados saem da faixa de terra buscando abrigo contra o conflito no Oriente Médio. Segundo o embaixador Paulino Franco de Carvalho Neto, os países têm um papel de mediar soluções na região.

 

“O Egito, a exemplo do Brasil, tem um papel moderador, um papel de equilíbrio em busca de soluções pacíficas para os conflitos aqui da região, especialmente agora no conflito entre Israel e Hamas. É importante ressaltar que o Egito teve papel fundamental de apoio à evacuação de cidadãos brasileiros que estavam na Faixa de Gaza. Sem o Egito, nós não teríamos conseguido agir da maneira que nós agimos, com êxito", disse o diplomata.

 

Os egípcios possuem “muito interesse” no sucesso da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em expandir a agricultura brasileira. “Há muito interesse aqui no Egito em tentar repetir, na medida das circunstâncias e possibilidades daqui, a experiência exitosa que tivemos com a Embrapa há 40 anos, quando conseguimos gradualmente tornar a agricultura brasileira uma potência", frisou.

 

Etiópia

 

No final do dia, Lula e sua comitiva embarcam para a Etiópia. O presidente vai participar, como convidado, da Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, que ocorre na capital Adis Abeba entre os dias 16 e 17. Lula deve ter novas reuniões bilaterais no país africano.

 

O petista pretende formar uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que começou a ser trabalhada quando o Brasil assumiu a presidência do G20. Os mecanismos de financiamento e governança serão discutidos ao longo do ano e apresentados na Cúpula das maiores economias do planeta, marcada para novembro, no Rio de Janeiro, quando de ser pactuada a aliança.

 

*Com informações da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC)

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