Durante comunicado à imprensa em sua viagem ao Egito, nesta quinta-feira (15/2), o presidente Lula (PT) criticou o conflito armado entre o Estado de Israel e o grupo Hamas e condenou a violência na guerra. O petista desembarcou em Cairo, capital egípcia, na madrugada de ontem. A visita celebra os 100 anos das relações diplomáticas entre Brasil e Egito.

"O Brasil foi um país que condenou, de forma veemente, a posição de Hamas ao ataque a Israel e ao sequestro de centenas de pessoas. Nós condenamos e chamamos o ato de ato terrorista. Mas não tem nenhuma explicação o comportamento de Israel, a pretexto de derrotar o Hamas, está matando mulheres e crianças, coisa jamais vista em qualquer guerra", declarou.

O presidente ainda voltou a chamar a atenção dos membros do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), afirmando que os países devem ser "pacifistas", e não "atores que fomentam" as guerras. As declarações foram feitas após reunião com o presidente do Egito, Abdel Fattah Al-Sisi.
Depois, os líderes participaram da cerimônia de atos que buscam aproximar a relação entre os dois países nas áreas de ciência e tecnologia e agricultura e pecuária.

Relações internacionais

Esta é a segunda vez que Lula visita o Egito. A primeira foi em seu primeiro mandato, em 2003. O petista é o único presidente brasileiro a viajar para o país africano em busca de acordos internacionais. Em comunicado à imprensa, ele destacou que o Brasil está de volta ao mapa das relações diplomáticas e criticou, sem citar nomes, a política internacional do seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL). 



"Tenho a satisfação de voltar ao Cairo 20 anos depois de ter sido o primeiro presidente brasileiro a visitar o Egito. Parece que o Brasil estava fora do mundo, só olhava Europa e Estados Unidos. Retorno agora para celebrar o centenário do estabelecimento de relações diplomáticas entre nossos países. Hoje, como em 2003, minha visita tem por objetivo aproximar o Brasil dos países da África e do Oriente Médio e as relações com o Egito ocupam papel singular nessa estratégia", disse.

Lula afirmou a importância da parceria com o Egito, apontando semelhança entre os dois países: "Tanto o Brasil como o Egito são dois grandes países em desenvolvimento que apostam na promoção do desenvolvimento econômico e social como pilares para a paz e segurança. Combatemos todas as manifestações de racismo, xenofobia, islamofobia e antissemitismo."

De acordo com o petista, o encontro também põe em destaque a iniciativa egípcia de criação de uma Zona Livre de Armas no Oriente Médio, à semelhança do que já existe na América Latina. A intenção tem o apoio brasileiro. Além disso, Lula contou que a parceria com o Egito é importante para o combate a pobreza e às mudanças climáticas. "No G20, contamos com o apoio do Egito para fazer da presidência brasileira um sucesso, em especial nas duas iniciativas que vamos lançar: a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e a Mobilização Global contra a Mudança do Clima", afirmou.

 

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