FOLHAPRESS - O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou nesta quinta-feira (15/2) que não enxerga responsabilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seu aliado, nas investigações da Polícia Federal que apontam indícios de uma tentativa de golpe preparada para manter o ex-presidente no poder e impedir a posse de Lula (PT).

 

"Não consigo ver, e não é opinião minha, tem muitos juristas divididos, nada que traga uma responsabilização para ele. Acho que o pessoal está criando muita coisa. Com o tempo tudo vai ser esclarecido", disse.

 



 

Ex-ministro de Bolsonaro, Tarcísio afirmou que sempre esteve e sempre estará ao seu lado. "Lealdade e gratidão não vão embora nunca. Vou estar ao lado do Bolsonaro seja no momento que for. Nos momentos bons, nos momentos difíceis."

 

Um dia antes, o governador já havia dito que irá à manifestação a favor do ex-presidente marcada para o dia 25, um domingo, na avenida Paulista.

 

"É uma manifestação pacífica a favor do [ex-] presidente, e estarei ao lado dele, como sempre estive", afirmou o governador bolsonarista à CNN Brasil.

 

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Tarcísio de Freitas

 

Eleito com apoio do ex-presidente, de quem foi ministro, Tarcísio cultiva uma relação de atritos e aproximações com a base bolsonarista.

 

Assim como o prefeito Ricardo Nunes (MDB), ele é frequentemente cobrado a se posicionar publicamente em defesa do ex-presidente pelos aliados mais próximos de Bolsonaro.

 

Mais recentemente, o governador tem sido pressionado por bolsonaristas por interação amistosa com o presidente Lula (PT) durante evento em Santos (SP) e por não ter se manifestado publicamente em defesa de Bolsonaro após a operação da Polícia Federal que mirou articulações golpistas no governo do ex-presidente.

 

Enquanto ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, Tarcísio endossou a postura negacionista do então presidente. O agora governador estava ao lado de Bolsonaro na live em que o ex-presidente ri ao comentar um suposto aumento de suicídios na pandemia.

 

Bolsonaro

 

No último fim de semana, Bolsonaro gravou vídeo no qual chama apoiadores para o ato na Paulista. A mensagem começou a ser espalhada por aliados no domingo (12/2), em meio às investigações da PF.

 

No vídeo, Bolsonaro pede aos apoiadores que não levem faixas e cartazes contra ninguém e fala em ato de apoio ao que chama de "estado democrático de direito". "Nesse evento eu quero me defender de todas as acusações que têm sido imputadas à minha pessoa nos últimos meses", afirmou.

 

Caso seja processado e condenado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e associação criminosa, o ex-presidente poderá pegar uma pena de até 23 anos de prisão e ficar inelegível por mais de 30 anos.

 

Bolsonaro ainda não foi indiciado por esses delitos, mas as suspeitas sobre esses crimes levaram a Polícia Federal a deflagrar operação que mirou seus aliados na última quinta-feira (8/2).

 

O ex-presidente já foi condenado pelo TSE por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral e é alvo de diferentes outras investigações no STF (Supremo Tribunal Federal). Neste momento, ele, que tem 68 anos, está inelegível ao menos até 2030.

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