O escritor Paulo Coelho criticou a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP), a respeito do comentário feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o conflito envolvendo judeus e palestinos. O chefe do Executivo havia feito uma comparação entre ações militares de Israel contra a população residente em Gaza e o Holocausto perpetrado pela Alemanha na Segunda Guerra Mundial.
A postagem do escritor é acompanhada por um vídeo de um homem que narra ser descendente de judeus sobreviventes dos campos de concentração nazistas.
"Meu falecido pai esteve no campo de concentração de Auschwitz, minha falecida mãe esteve no campo de concentração de Majdanek. Cada um dos membros da minha família por parte de ambos foi exterminado. Meus dois pais estiveram na Revolta do Gueto de Varsóvia. E é precisa, e exatamente pelas lições que meus pais me ensinaram e aos meus dois irmãos, que não ficarei em silêncio quando Israel comentar seus crimes contra os palestinos. Considero que não há nada mais depreciável que usar o sofrimento e martírio deles para tentar justificar a tortura, a brutalização, a demolição de casas que Israel comete diariamente contra os palestinos", afirma o homem.
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A parlamentar, que deve ser uma das candidatas à prefeitura de São Paulo, afirmou que falas como a de Lula "só alimentam com mais ódio essa tragédia e nos afastam de seu fim".
Campos de Concentração
O campo de concentração Auschwitz é o maior símbolo do extermínio de judeus realizado pelos nazistas, que haviam invadido e conquistado a Polônia. A estimativa é que no local tenham morrido entre 1,3 milhão e 3 milhões de judeus.
No Majdanek, também localizado na Polônia, o exército soviético foi responsável pela libertação dos presos locais, sendo inicialmente estimado em quase 2 milhões de pessoas mortas, entre judeus, deficientes, comunistas, ciganos, entre outras minorias.
Levantamentos mais recentes apontam que, no local, morreram 78 mil pessoas, sendo 54 mil judeus.
Revolta do Gueto de Varsóvia
Em 1943, enquanto os nazistas realizaram uma série de deportações de judeus em Varsóvia, capital da Polônia, um grupo de jovens, que havia contrabandeado armas e desenvolvido sistemas de esconderijos, resistiu por quase um mês.
Os rebeldes estavam armados com pistolas, granadas caseiras e algumas armas automáticas. Mais numeroso e com maior poder bélico os militares nazistas, repreenderam o grupo, assassinando as lideranças e mandando milhares para o campo de concentração de Majdanek.