Enquanto o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar da Costa Neto, discursava na manifestação bolsonarista deste domingo (25/2), na avenida Paulista, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esperou dentro do carro. O cacique do partido decidiu comparecer ao ato e, para evitar contato com o ex-chefe do Executivo, subiu ao palanque, por volta das 13h, para interagir com os apoiadores que lotam a região.

Segundo fontes ouvidas pelo Correio Braziliense, Bolsonaro ficou dentro de carro com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o deputado federal Luciano Zucco (PL-RS), aguardando Valdemar descer do palanque, para poder entrar no evento.

Isso porque o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, expediu, em 8 de fevereiro, uma medida cautelar que impede o ex-presidente de ter contato com outros investigados no inquérito que apura tentativa de golpe de Estado e os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, que resultou em depredação aos prédios dos Três Poderes, em Brasília.



Valdemar, além de outros, como o general Augusto Heleno e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, são alguns dos alvos da investigação conduzida pela Polícia Federal (PF), no âmbito do inquérito do STF. Por isso, Bolsonaro não pode fazer contato com essas pessoas, nem estar no mesmo ambiente.

Bolsonaro subiu ao palanque por volta das 15h. Nas redes sociais, Valdemar não compartilhou com os seguidores a participação no evento, assim como o perfil oficial do Partido Liberal, nem parlamentares que estão na manifestação. A transmissão ao vivo do ato só começou quando o ex-presidente chegou ao local e, portanto, não registrou o discurso do líder da sigla.

Ao Correio, um dos advogados de Bolsonaro afirmou que sequer sabia da presença de Valdemar no ato, mas garantiu que está “tudo sob controle”. De acordo com a defesa do ex-presidente, “as decisões do ministro Alexandre estão sendo rigorosamente observadas”. “Tudo está sendo cumprido, como sempre foi. Bolsonaro e Valdemar estão em lugares separados e não vão ter contato. Tudo está controlado, é um ato pacífico”, assegurou.

Como adiantou o Correio, a defesa de Bolsonaro o orientou a evitar “radicalizações” e moderar o discurso. A preocupação é que possíveis ataques ao STF e ao sistema democrático brasileiro possam agravar a situação do ex-presidente junto à Suprema Corte, que está atenta aos desdobramentos do ato deste domingo (25).

 

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