O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar o Supremo Tribunal Federal (STF) e a defender o voto auditável em discurso durante ato na avenida Paulista, em São Paulo, na tarde deste domingo (25/2). Sem citar nomes ou se referir diretamente à Suprema Corte, o ex-chefe do Executivo disse que “abusos” estão sendo cometidos por “alguns” e defendeu maior “transparência” nas eleições.
No discurso, Bolsonaro falou sobre os quatro anos que esteve à frente do Palácio do Planalto e disse que a derrota nas eleições presidenciais de 2022 — quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito com 50,9% dos votos válidos —, é “página virada”. “Aquela coisa que aconteceu em outubro de 2022 vamos considerar uma página virada na nossa história, porque nós sabemos o que precisa ser feito no futuro para que todos não tenham dúvidas da transparência daquilo que nós devemos ter, em especial, quando se elege um representante nosso”, afirmou.
Bolsonaro ainda insinuou que Lula venceu as eleições “sem torcida” e que ele governa “sem o povo ao seu lado”. “Nós podemos até ver um time de futebol sem torcida ser campeão, mas não conseguimos entender como existe um presidente sem o povo ao seu lado."
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“Nós não queremos o socialismo para o nosso Brasil, nós não podemos admitir o comunismo em nosso meio. Nós não queremos ideologia de gênero para os nosso filhos, nós queremos o respeito à propriedade privada, nós queremos o direito à defesa da própria vida, nós queremos o direito à vida desde a sua concepção, nós não queremos a liberação das drogas em nosso país, mas, para isso, nós devemos trabalhar todos os dias dentro de casa, no trabalho, com os vizinhos e com os amigos”, incentivou Bolsonaro. “Nós sabemos o que foi o período de 2019 a 2022 e estamos conhecendo agora como está difícil vencer nesse país com quem nós temos a nos governar nesse momento”, completou.
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Sobre o STF, o ex-presidente não citou nominalmente, mas, nas entrelinhas, afirmou que “alguns” estão cometendo “abusos”. “Quando a gente fala sobre Estado Democrático de Direito, quando ele não é respeitado, aquela minoria fabrica órfãos de pais vivos. É lamentável o que vem acontecendo, o abuso por parte de alguns, que traz insegurança para todos nós”, alegou. “Nós não podemos concordar que um poder tire do palco político quem quer que seja, a não ser que seja por um motivo extremamente justo. Não podemos pensar em ganhar as eleições afastando os opositores do cenário político”, destacou, em referência à inelegibilidade por oito anos, declarada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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“Após esse pronunciamento, a gente pede a Deus que ilumine a todos, até àqueles poucos, ou raros, que nós não gostamos, para que voltem a pensar com o coração, com a razão e nós possamos fazer com que o Brasil caminhe na sua marcha”, disse Bolsonaro. “Nós sabemos o que deve ser feito no futuro para que o Brasil tenha um presidente que tenha Deus no coração, que ame a sua bandeira, que se emocione quando canta o Hino Nacional, que respeite a família brasileira e que ame, de verdade, o seu povo”, concluiu.