Um dia após o ato protagonizado por Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, em que o ex-chefe do Executivo admitiu que sabia da minuta golpista, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, fez uma analogia entre a manifestação desse domingo (25/2) e a luta de boxe envolvendo o ex-pugilista Popó e o ex-BBB Kleber Bambam para ressaltar que as instituições "não podem baixar a guarda" diante de adversários da democracia.

 

 

"Nós não podemos nos enganar. Não podemos baixar a guarda e dar uma de Bambam contra Popó, (em luta) que durou 36 segundos. Temos que ficar em alerta e fortalecer a democracia e as instituições e regulamentar o que precisa ser regulamentado", afirmou Moraes, nesta segunda-feira (26/2).

 

A luta em questão, a principal do Fight Music Show 4 (FMS), entre Popó e Kleber Bambam, realizada na madrugada desse domingo, durou 36 segundos.

 

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O que o ministro dá a entender é que se faz necessário tomar atitudes mais rígidas a comportamentos que vão contra o direito à democracia de cada cidadão brasileiro, como se deu em 8 de janeiro de 2023, quando milhares de eleitores de Bolsonaro invadiram e depredaram a Sede dos Três Poderes.

 

A fala do ex-presidente nesse domingo, inclusive, será avaliada pela equipe da Polícia Federal (PF), que investiga a tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022, vencida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra Bolsonaro.

 


O ex-chefe do Executivo, durante o ato na Paulista, disse ter conhecimento da minuta, que previa decreto de estado de sítio, prisão de parlamentares e ministros do STF, e dava sustentação a um suposto golpe de Estado. Na última quinta (22/2), ele havia ficado em silêncio em todo o depoimento na PF.

 

Ainda na manifestação de domingo, Bolsonaro pediu anistia àqueles que foram presos por causa dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

 

Já o pastor Silas Malafaia, também na Paulista, criticou diretamente Moraes. "Como o ministro tem lado? Ele não tem que combater nem a extrema direita nem a extrema esquerda. Ele é guardião da Constituição."

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