Em entrevista ao Programa Oeste Sem Filtro, da Revista Oeste, horas depois de prestar depoimento por crime ambiental nesta terça-feira (27/2), Jair Bolsonaro falou sobre o ato na Avenida Paulista no domingo (25/2) e criticou o presidente Lula, que ele afirma ser um líder impopular. “Já vi time de futebol sem torcida, mas presidente sem povo é a primeira vez”, alegou. Segundo Bolsonaro, o intuito da manifestação era se defender e mostrar o que estaria acontecendo na política nacional.

O ex-mandatário falou ainda sobre a cobertura da imprensa em relação aos protestos. Questionado pela jornalista Ana Paula Henkel, que afirmou que a “velha imprensa” não deu a devida importância à “espetacular manifestação”, Bolsonaro indicou que, de certa forma, os veículos noticiaram, e elogiou matéria feita pelo Fantástico, da Rede Globo. Ele ainda afirmou que manifestação foi capa de alguns jornais, mas que “se fosse a esquerda fazendo isso, não seria apenas a capa”.



Bolsonaro também negou as acusação sobre tentativa de golpe de Estado, as quais afirmou serem "conspirações". Ele ainda indicou que, durante atos nas ruas, recebia muitos “papéis” com ideias de eleitores e que não teria como dar conta de todos eles.

Ele ainda afirmou que não sabe quem faz gravação da reunião em que o tema foi discutido. De acordo com o político, reuniões eram gravadas para aproveitar recortes para as rede sociais e o “chip era destruído” depois, prática que ocorreu até vazamento de informações pelo então ministro Sérgio Moro em 2020.

Durante a conversa, o político recebeu uma série de elogios acerca das manifestações de domingo pelos jornalistas do veículo, que se declara conservador e a favor de uma economia liberal.

Entrevista ocorreu momentos depois de dar depoimento na Polícia Federal (PF) desta terça por acusação de importunar uma baleia em São Sebastião, litoral norte paulista, no ano passado. Bolsonaro criticou a ministra do Meio Ambiente Marina Silva, a qual afirmou ser a autora do processo. Ele ainda usou a ocasião para alfinetar Lula.

“Se eu fosse presidente da República jamais um ministro meu ia mover um processo desse contra um ex-presidente”, afirmou. Mais acusações contra o atual governo ocorreram durante a entrevista, em que o político, que está inelegível, afirmou que a gestão de Lula não teve nenhum avanço nos 14 meses no poder.

Em relação as falas de Lula sobre Israel, Bolsonaro associou o presidente a ditaduras. “Está no DNA do Lula ter esse tipo de gente ao lado”, afirmou.

8 de janeiro


Outro ponto abordado pelo ex-presidente foram as condenações dadas aos envolvidos no 8 de janeiro. Em tom dramático, Bolsonaro chamou os filhos dos condenados de “órfãos de pais vivos” e criticou o tamanho das penas dadas aos presos.


Ele ainda afirmou que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos de 8 de Janeiro “não apurou absolutamente nada”.

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