Juiz de Fora, na Zona da Mata, é o quarto município mais populoso de Minas Gerais e tem 388.696 eleitores aptos a votar no pleito deste ano, segundo o tribunal superior eleitoral

 -  (crédito: MARCOS ALFREDO/ESP. EM/D.A.PRESS)

Juiz de Fora, na Zona da Mata, é o quarto município mais populoso de Minas Gerais e tem 388.696 eleitores aptos a votar no pleito deste ano, segundo o Tribunal Superior Eleitoral

crédito: MARCOS ALFREDO/ESP. EM/D.A.PRESS

Juiz de Fora, na Zona da Mata, tem ao menos seis pré-candidatos à prefeitura na eleição deste ano. O partido Novo avalia quatro nomes. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Manchester Mineira, quarta cidade mais populosa do estado, contabiliza 388.696 eleitores. Após o primeiro mandato iniciado em 2021, que marcou também a estreia do Partido dos Trabalhadores (PT) em Juiz de Fora, Margarida Salomão tentará sua recondução ao Executivo. Em 2020, a então deputada federal desde 2013 derrotou o empresário e engenheiro Wilson Rezato (PSB), obtendo 144.529 votos (54,98%), conforme o TSE. A vitória da petista — que também foi reitora, reeleita, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) entre 1998 e 2006 — veio depois de três derrotas, todas no segundo turno, em 2008, 2012 e 2016 pelo PT.

  

Ao Estado de Minas, Margarida diz que dará sequência à agenda com “forte conteúdo social”. “Estamos muito confiantes de que vamos fazer boa disputa de continuidade. Neste momento, ocorre a janela partidária. Nós temos aí mudanças de partido e, por isso, precisamos aguardar a conclusão deste período para que a gente possa avançar em termos de definição política”, declarou a prefeita. Nessa toada, ainda não está confirmado se o vice-prefeito, o empresário Kennedy Ribeiro, irá ou não compor a chapa rumo à tentativa de reeleição.

 

Cabe lembrar que, em maio de 2022, o Plenário no TSE aprovou por unanimidade o primeiro pedido de constituição de uma federação entre o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), PT e Partido Verde (PV), ficando estabelecido que as agremiações deveriam atuar em conjunto como um único ente partidário até 2026. 

 

Em forte oposição à gestão de Margarida, o ex-deputado federal por Minas Gerais Charlles Evangelista anunciou a sua pré-candidatura pelo Partido Liberal (PL), ao qual se filiou em outubro passado. Antes, ele estava no Partido Progressistas (PP). Eleito deputado em 2018 pelo extinto PSL, ele não conseguiu se reeleger em 2022. Agora, com coligação entre PP, PL, Partido Renovação Democrática (PRD) e Partido da Mobilização Nacional (PMN) para sua pré-candidatura ao Executivo, Charlles aponta que, inicialmente, o objetivo é “derrotar o PT e a administração”.

 

“Vamos colocar as contas do município nos trilhos e não deixar gastar mais do que arrecada. É preciso enxugar a prefeitura, colocar pessoas técnicas e competentes, além de gastar com o que realmente precisa e muda para melhor a vida do cidadão. Trata-se de realizar uma administração austera, que dê lucro social em áreas como saúde, educação, segurança pública e transporte coletivo”, afirmou Charlles à reportagem.

 

Pelo Avante, de centro-direita, a deputada federal Ione Barbosa, eleita em 2022 para o primeiro mandato, também está no páreo. Em 2020, ela disputou a prefeitura e terminou em terceiro lugar, com 56.699 votos (21,83%). Antes de sagrar-se como a candidata mais votada entre os deputados federais e estaduais em Juiz de Fora, Ione esteve à frente da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher e da 4ª Delegacia de Polícia Civil.

 

A pré-candidatura ao Executivo municipal, segundo ela, é “uma questão de coerência”. “Entrei para a vida pública com o propósito de ser prefeita de Juiz de Fora”, justifica. “Tivemos uma conversa com o MDB em Juiz de Fora e, depois, em Brasília. Acho que as coisas estão caminhando bem. Em 2020, quando me candidatei pela primeira vez, o PSDB foi um grande parceiro e estamos conversando para caminhar juntos. Ninguém administra sozinho a cidade”, disse a parlamentar ao EM, acrescentando que, caso eleita, o primeiro passo será “melhorar a gestão fiscal do município”.

 

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Sem mandato desde 2019, depois de deixar a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o ex-deputado pelo Partido Social Cristão (PSC) Isauro Calais se filiou ao Republicanos — partido conservador — em fevereiro deste ano para também concorrer à prefeitura. Em 2016, ele já havia tentado chegar ao posto. “Vamos agir para reconstruir Juiz de Fora. A cidade está empobrecendo. Nossos jovens estão sem perspectivas. Esse cenário não tem como mudar com o PT no poder”, afirmou Calais, que já exerceu o cargo de vereador por cinco mandatos, além de ter atuado como diretor do Procon entre 1993 e 1996 e defensor público no estado por 34 anos.

 

Outro pré-candidato ao comando do Executivo é o deputado estadual e presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB) em Minas, Noraldino Júnior. Adepto à causa animal, a qual movimenta suas redes sociais, ele preside a Comissão Extraordinária de Proteção aos Animais na ALMG. O EM tentou contato com o parlamentar, mas não obteve retorno. O ex-deputado federal em seis mandatos Júlio Delgado também é cotado como pré-postulante à prefeitura, mas a reportagem também não obteve retorno da tentativa de contato.

 

Novo

 

O Novo avalia quatro nomes como possibilidades de pré-candidatura: o jornalista Sérgio Bara; a secretária de Estado de Assistência Social, Elizabeth Jucá; o ex-secretário de Estado da Saúde Carlos Eduardo Amaral e o professor Makerley Arimatéia, dirigente do Grupo Apogeu de Educação. Conforme Christopher Laguna, presidente do Novo em Minas, a intenção é fazer a direita atuar “toda junta” em Juiz de Fora. “A gente sabe da dificuldade que é uma eleição majoritária e, por isso, fazemos a preparação dos candidatos em nossos quadros para, assim, poder oferecer à população um nome adequado, que venha somar na cidade ao fazer uma boa gestão, assim como a do nosso governador Romeu Zema. Esses nomes aparecem no Novo como uma opção e ainda vamos decidir quem indicar ao pleito”, detalhou Laguna.

 

A pré-candidatura do advogado César Grazzia pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB), do qual é presidente no município, é tratada por ele como “remota possibilidade” em decorrência de problemas burocráticos junto à Receita Federal. Corretor de imóveis e técnico em segurança do trabalho, ele não descarta apresentar proposta como vice ou prefeito em outra chapa ou, ainda, vereador. “Assumi, recentemente, o PMB. Embora desimpedido na Justiça Eleitoral, precisamos atualizar o CNPJ junto à Receita Federal. No entanto, o tempo está curto. Logo, não restou alternativa e preciso seguir um plano B. Estou em tratativas com três partidos, sendo dois em fases maduras”, explicou Grazzia, que, por enquanto, optou por não divulgar as siglas com as quais tem conversado.

 

Últimas eleições em Juiz de Fora

 

2012 - 2º Turno (Prefeitura)
Bruno Siqueira (MDB): 57,16% - 163.686 votos
Margarida Salomão (PT): 42,84% - 122.684 votos

2016 - 2º Turno (Prefeitura)
Bruno Siqueira (MDB): 57,87% - 151.194 votos
Margarida Salomão (PT): 42,13% - 110.059 votos

2020 - 2º Turno (Prefeitura)
Margarida Salomão (PT): 54,98% - 144.529
Wilson Rezato (PSB): 45,02% - 118.349 votos

 

2018 (Presidente da República)
Jair Bolsonaro (PSL): 52,36% - 145.333 votos
Fernando Haddad (PT): 47,64% - 132.237 votos

2022 (Presidente da República)
Jair Bolsonaro (PL): 43,91% - 141.651 votos
Lula (PT): 56,09% - 180.954 votos