A pouco mais de um semestre da definição, eleitor da capital se mostra indeciso sobre corrida à Prefeitura -  (crédito: PBH/Divulgação)

A pouco mais de um semestre da definição, eleitor da capital se mostra indeciso sobre corrida à Prefeitura

crédito: PBH/Divulgação

Em pouco mais de um semestre, os eleitores de Belo Horizonte decidirão quem estará à frente da capital mineira pelos próximos quatro anos. Mesmo com o momento se aproximando, a situação na cidade ainda é nebulosa, com a maioria esmagadora dos belo-horizontinos indefinidos sobre o número a ser digitado na urna eletrônica em outubro. Levantamento encomendado pelo Estado de Minas ao Instituto Opus mostra que, em pesquisa de intenção de voto espontânea, 88% dos questionados disseram não saber ou não quiseram responder sobre sua predileção para a prefeitura da cidade. Mesmo em cenário com nomes pré-definidos, a soma de quem não respondeu, não se decidiu, vai anular ou votar em branco ocupa o primeiro lugar do ranking.

 

Quando questionados de forma livre sobre quem votaria para prefeito de BH, 4% dos entrevistados manifestaram a intenção de reconduzir Fuad Noman (PSD) ao posto. Logo após, com 3%, aparece Alexandre Kalil (PSD), que sequer pode concorrer por ter vencido os últimos dois pleitos na capital. Com 1% das menções aparecem os deputados federais Rogério Correia (PT) e Nikolas Ferreira (PL), o senador Carlos Viana (Podemos) e o deputado estadual Bruno Engler (PL).

 

A resposta mais comum, no entanto, foi a de indefinição, uma vez que 88% dos perguntados disseram não saber ou não responderam à questão. A pesquisa foi realizada nos dias 12 e 13 de março ouviu 600 eleitores de BH presencialmente e tem uma margem de erro de 4,1 pontos percentuais. A pesquisa está registrada na Justiça Eleitoral sob o código MG-05905/2024

 

 

Em cenário estimulado com nomes cotados à PBH ou que já se lançaram como pré-candidatos, 12% afirmaram que vão votar em branco ou anular, e outros 20% disseram não saber ou preferiram não responder à questão. A soma é superior à marca do deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos), que lidera a lista com 21%. O parlamentar é seguido por Carlos Viana, com 14%; a deputada federal Duda Salabert (PDT) e o deputado estadual Bruno Engler (PL), ambos com 8%; Fuad aparece com 6%; Rogério Correia, com 4%; o deputado federal Pedro Aihara (PRD), 3%; o presidente da Câmara Municipal de BH, Gabriel Azevedo (MDB), 2%; e a deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL) e a secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto (Novo), fecham a lista com 1% cada uma.

 

Em outra pesquisa com cenário estimulado citando mais possíveis candidatos, figurinhas carimbadas da política belo-horizontina aparecem bem cotadas. É o caso do ex-vereador e ex-candidato ao Executivo João Leite (PSDB), que tem 9% das intenções. O ex-prefeito Márcio Lacerda (PSB) foi escolhido por 4% dos entrevistados. Tanto o secretário de Estado da Casa Civil, Marcelo Aro (PP), como a deputada estadual Ana Paula Siqueira, pré-candidata pelo Rede, foram a escolha de 2% dos questionados neste contexto.


Leia também: Zema anuncia medida para 'proteger' a produção de leite em Minas Gerais

 

Líderes na pesquisa estimulada, Tramonte e Viana não estão entre os nomes mais ruidosos na disputa pelo Executivo em comparação com outros pretendentes que já protagonizaram eventos de lançamento de pré-campanha e usam as redes sociais de forma mais ativa para tratar sobre propostas para a capital. O número alto de intenções de voto, no entanto, pode ser explicado pelo caráter ainda incipiente da corrida eleitoral na cidade.

 

Tanto Tramonte como Viana acumulam décadas de exposição em veículos de imprensa, em especial na televisão aberta, como apresentadores de telejornais. Para o diretor do Instituto Opus Consultoria & Pesquisa, Matheus Dias, o retorno desta exibição midiática ajuda a explicar os cenários do levantamento de março em Belo Horizonte e mostra que o eleitor da capital mineira ainda vê o momento de definição nas urnas como um ponto distante no futuro.

 

“Esse índice de 88% de entrevistados que não conseguem apontar um candidato a prefeito na intenção de voto espontânea mostra o quanto a eleição está distante para o eleitor. A gente não está vendo nenhum candidato fazendo movimento expressivo de campanha a ponto do eleitor lembrar o nome dele de forma espontânea então. Isso mostra que a campanha está distante. Quando a gente vai para o cenário estimulado de primeiro turno, vemos alguns nomes mais midiáticos despontando. Isso nos sugere que seja uma intenção de voto muito baseada no recall político e no conhecimento prévio desses nomes mais do que em uma discussão mais aprofundada da cidade e da apresentação de propostas para resolver os grandes problemas que a população enfrenta”, afirmou.