Bolsonaro esteve hospedado por dois dias na embaixada da Hungria em fevereiro -  (crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press - 2023)

Bolsonaro esteve hospedado por dois dias na embaixada da Hungria em fevereiro

crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press - 2023

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que frequenta várias embaixadas pelo país e mantém diálogo com embaixadores.

 

A declaração, nesta segunda-feira (25/3), ocorre após o jornal The New York Times revelar que o ex-chefe do Executivo passou dois dias hospedado na embaixada da Hungria após ter seu passaporte apreendido pela Polícia Federal (PF).

 

Durante evento do seu partido em São Paulo, Bolsonaro afirmou que tem boas relações internacionais. “Até hoje mantenho relação com alguns chefes de estado pelo mundo. Frequento embaixadas pelo nosso Brasil, converso com embaixadores. Não tenho o passaporte, ele está retido, se não estaria com Tarcísio e Caiado em viagem a Israel”, disse.

 

O ex-presidente ainda afirmou que chefes de Estado o ligam buscando “informações precisas” sobre o que acontece no Brasil. A Polícia Federal afirmou que vai investigar a estadia de Bolsonaro na embaixada da Hungria.

 

De acordo com o jornal americano, a estadia na embaixada sugere que o ex-presidente estava tentando aproveitar sua amizade com um colega líder de extrema direita, o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, numa tentativa de evitar o sistema judiciário brasileiro.

 

 

Bolsonaro é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por uma suposta tentativa de golpe de Estado. A PF aponta para a formação de um grupo criminoso ao redor do ex-presidente, incluindo os membros militares do seu governo e integrantes da alta cúpula das Forças Armadas na época.

 

Em nota, a defesa do antigo mandatário afirmou que Bolsonaro foi convidado a se hospedar na embaixada e teve várias conversas com autoridades do país. “Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news”, escreve a nota assinada pelos advogados Paulo Bueno, Daniel Tesser e Fábio Wajngarten.